Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

“Arriscar tudo por Jesus”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

"Então Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa, a encontrará.” (Mt 16, 24-25)

Abaixo, uma bonita reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 16, 21-27  (Seguir Jesus: um convite especial). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg


IHU – ADITAL

28 Agosto 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus capítulo 16,21-27, que corresponde ao 22° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto.

Não é fácil olhar para o mundo interior de Jesus, mas no seu coração podemos intuir uma experiência dupla: sua identificação com os últimos e sua total confiança no Pai. Por um lado, sofre com a injustiça, as desgraças e as doenças que fazem sofrer a tantos. Por outro lado, confia totalmente nesse Deus Pai, que nada mais quer do que arrancar da vida o que é mau e faz sofrer seus filhos.

Jesus estava disposto a tudo para tornar realidade o desejo de Deus, seu Pai: um mundo mais justo, digno e feliz para todos. E, como é natural, queria encontrar entre seus seguidores a mesma atitude. Se seguiam seus passos, deviam partilhar sua paixão por Deus e sua total disponibilidade ao serviço de seu reino. Queria acender neles o fogo que levava dentro.

Há frases que dizem tudo. As fontes cristãs conservaram, com poucas diferenças, um ditado dirigido por Jesus aos seus discípulos: «Se alguém quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas quem a perder por mim, encontrá-la-á». Com essas palavras paradoxais, Jesus convida-os a viver como Ele: agarrar-se cegamente à vida pode levar à sua perda; arriscar de forma generosa e valente leva a salvá-la.

O pensamento de Jesus é claro. Quem caminha atrás Dele, mas continua apegado às seguranças, metas e expectativas que lhe oferece a sua vida, pode acabar por perder o maior bem de todos: a vida vivida segundo o projeto salvador de Deus. Pelo contrário, quem arrisca tudo para segui-lo encontrará vida, entrando com Ele no reino do Pai.

Aqueles que seguem Jesus têm com frequência a sensação de estar «perdendo a vida» por uma utopia inatingível: estaremos desperdiçando nossos melhores anos sonhando com Jesus? Ou estamos gastando nossas melhores energias por uma causa inútil?

O que fazia Jesus quando se via perturbado por este tipo de pensamentos sombrios? Identificar-se ainda mais com aqueles que sofrem e continuar a confiar nesse Pai que pode oferecer-nos uma vida que não pode ser deduzida do que experimentamos aqui na terra.

Fonte: IHU - Comentário do Evangelho


sexta-feira, 21 de agosto de 2020

“Adesão viva a Jesus Cristo” – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!

 

"E vocês? ", perguntou ele. "Quem vocês dizem que eu sou? "
Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo".
(Mt 16, 15-16)


Hoje trago para este espaço mais uma boa reflexão, muito concreta e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 16, 13-20  (Quem é Jesus?). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

 WCejnóg

 

 

IHU – ADITAL

21 Agosto 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus capítulo 16,13-20, que corresponde ao 21° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto.

Não é fácil tentar responder com sinceridade à pergunta de Jesus: «Quem dizeis que eu sou?». Na realidade, quem é Jesus para nós? Sua pessoa chega-nos através de vinte séculos de imagens, fórmulas, devoções, experiências, interpretações culturais... que vão revelando e velando, ao mesmo tempo, a sua riqueza insondável.

Mas, além disso, cada um de nós vai revestindo Jesus com o que somos nós mesmos. E projetamos nele nossos desejos, aspirações, interesses e limitações. E quase sem nos darmos conta, o diminuímos e desfiguramos, mesmo quando o tentamos exaltar.

Mas Jesus continua vivo. Nós, cristãos, não conseguimos dissecá-Lo com a nossa mediocridade. Não permite que o disfarcemos. Não se deixa etiquetar nem se reduzir a uns ritos, umas fórmulas ou uns costumes.

Jesus sempre desconcerta a quem se aproxima dele com uma postura aberta e sincera. É sempre diferente do que esperávamos. Sempre abre novas brechas na nossa vida, quebra os nossos padrões e nos atrai para uma nova vida. Quanto mais se o conhece, mais se sabe que ainda se está começando a descobrir.

Jesus é perigoso. Percebemos nele uma entrega aos homens, que desmascara o nosso egoísmo. Uma paixão pela justiça que sacode as nossas seguranças, privilégios e egoísmo. Uma ternura que deixa ao descoberto a nossa mesquinhez. Uma liberdade que rasga nossos milhares de escravidões e servidões.

E, sobretudo, intuímos Nele um mistério de abertura e proximidade a Deus que nos atrai e nos convida a abrir a nossa existência ao Pai. Vamos conhecendo Jesus na medida em que nos entregarmos a Ele. Só há um caminho para aprofundar seu mistério: segui-Lo.

Seguir humildemente seus passos, abrir-nos com Ele ao Pai, reproduzir seus gestos de amor e ternura, ver a vida com seus olhos, partilhar seu destino doloroso, esperar sua ressurreição. E, sem dúvida, orar muitas vezes do fundo dos nossos corações: «Creio, Senhor, ajuda a minha incredulidade».

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho