Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

“Aliviar o sofrimento”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!

 

Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã”.  (Mt 15,28)

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito precisa e bem atual. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Mt 15, 21-28 (A mulher cananeia).

Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

 Vale a pena ler.

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 IHU – ADITAL

14 Agosto 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus capítulo 15,21-28, que corresponde ao 20° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto.

Jesus vive muito atento à vida. É aí que se descobre a vontade de Deus. Olha profundamente para a criação e capta o mistério do Pai, que o convida a cuidar com ternura os mais pequenos. Abre o Seu coração ao sofrimento das pessoas e escuta a voz de Deus, que o chama para aliviar a sua dor.

Os Evangelhos conservaram a memória de um encontro que Jesus teve com uma mulher pagã na região de Tiro e Sidom. O relato é surpreendente e revela como Jesus aprendia o caminho concreto para ser fiel a Deus.

Uma mulher solitária e desesperada sai ao seu encontro. Só sabe fazer uma coisa: gritar e pedir compaixão. A sua filha não só está doente e enlouquecida, mas vive possuída por um «demônio muito mau». A sua casa é um inferno. Do seu coração despedaçado brota uma súplica: «Senhor, socorre-me».

Jesus responde-lhe com uma frieza inesperada. Ele tem uma vocação muito concreta e definida: Ele é devido às «ovelhas
perdidas de Israel». Não é a Sua missão entrar no mundo pagão: «Não está bem atirar aos cães o pão dos filhos».

A frase é dura, mas a mulher não se ofende. Está segura de que o que pede é bom e, retomando a imagem de Jesus, diz-lhe estas palavras admiráveis: «tendes razão, Senhor; mas também os cães comem as migalhas que caem da mesa dos seus amos».

De repente, Jesus entende tudo de uma nova luz. Essa mulher tem razão: o que deseja coincide com a vontade de Deus, que não quer ver ninguém sofrer. Comovido e admirado, diz-lhe: «Mulher, que grande é a tua fé! Que se cumpra o que desejas».

 Jesus, que parecia tão seguro de sua própria missão, deixa-se ensinar e corrigir por esta mulher pagã. O sofrimento não conhece fronteiras. É verdade que a sua missão está em Israel, mas a compaixão de Deus deve chegar a qualquer pessoa que esteja sofrendo.

Quando nos encontramos com uma pessoa que sofre, a vontade de Deus resplandece ali com toda a claridade. Deus quer que aliviemos o seu sofrimento. É o primeiro. Todo o resto vem depois. Esse foi o caminho que Jesus seguiu para ser fiel ao Pai.

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

 

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