Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 8 de agosto de 2020

“Caminhar sobre a água”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!

 

“Ele disse-lhe: ‘Vem!’. Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao encontro de Jesus. Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: ‘Senhor, salva-me!’. No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: ‘Homem de pouca fé, por que duvidaste?’.” (Mt 14,29-31)


Empenhar-se para entender melhor a mensagem de Deus Pai/Mãe, Deus Amor - que é fonte de tudo que existe - é a ideia principal  de todas as reflexões colhidas e publicadas neste blog.

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é uma dessas reflexões. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Mt 14, 22-33  (Jesus caminha sobre as águas).

Vale a pena ler e refletir.

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IHU – ADITAL

07 Agosto 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus capítulo 14,22-33 que corresponde ao 19° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto.

São muitos os crentes que se sentem hoje na intempérie, desamparados no meio de uma crise e confusão geral. Os pilares em que tradicionalmente se apoiava a sua fé foram violentamente sacudidos nas suas raízes. A autoridade da Igreja, a infalibilidade do papa, o magistério dos bispos, já não podem sustentá-los nas suas convicções religiosas. Uma linguagem nova e desconcertante chegou aos seus ouvidos, criando mal-estar e confusão, antes desconhecidos. A «falta de acordo» entre os sacerdotes e até dos próprios bispos mergulhou-os na confusão.

Com maior ou menor sinceridade, são muitos os que perguntam: em que devemos acreditar? Quem se deve ouvir? Que dogmas se devem aceitar? Que moral há que seguir? E são muitos os que, ao não poder responder a estas perguntas com a certeza de outros tempos, têm a sensação de estar «perdendo a fé».

No entanto, não temos de confundir nunca a fé com a mera afirmação teórica de umas verdades ou princípios. Certamente, a fé implica uma visão da vida e uma peculiar concepção do ser humano, a sua tarefa e o seu destino final. Mas ser crente é algo mais profundo e radical. E consiste, antes de tudo, numa abertura confiada a Jesus Cristo como sentido último de nossa vida, critério definitivo de nosso amor pelos nossos irmãos e esperança última do nosso futuro.

Por isso pode-se ser um verdadeiro crente e não ser capaz de formular com certeza determinados aspectos da concepção cristã da vida. E pode-se também afirmar com absoluta segurança os diversos dogmas cristãos e não viver entregue a Deus em atitude de fé.


Mateus descreveu a verdadeira fé ao apresentar Pedro, que «caminhava sobre a água» aproximando-se de Jesus. Isso é acreditar. Caminhar sobre a água e não sobre terra firme. Apoiar a nossa existência em Deus e não nas nossas próprias razões, argumentos e definições. Viver sustentados não pela nossa segurança, mas pela nossa confiança Nele.

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

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