“Ele disse-lhe: ‘Vem!’. Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao encontro de Jesus. Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: ‘Senhor, salva-me!’. No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: ‘Homem de pouca fé, por que duvidaste?’.” (Mt 14,29-31)
Empenhar-se para entender melhor a
mensagem de Deus Pai/Mãe, Deus Amor - que é fonte de tudo que existe - é a
ideia principal de todas as reflexões
colhidas e publicadas neste blog.
A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é uma dessas reflexões. Tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 14, 22-33 (Jesus caminha sobre as águas).
Vale a pena ler e refletir.
WCejnog
IHU – ADITAL
07
Agosto 2020
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho
de Mateus capítulo 14,22-33 que corresponde ao 19° Domingo do ciclo A
do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto.
São muitos os crentes que se sentem hoje na
intempérie, desamparados no meio de uma crise e confusão geral. Os pilares em
que tradicionalmente se apoiava a sua fé foram violentamente sacudidos nas suas
raízes. A autoridade da Igreja, a infalibilidade do papa, o magistério dos
bispos, já não podem sustentá-los nas suas convicções religiosas. Uma linguagem
nova e desconcertante chegou aos seus ouvidos, criando mal-estar e confusão,
antes desconhecidos. A «falta de acordo» entre os sacerdotes e até dos próprios
bispos mergulhou-os na confusão.
Com maior ou menor sinceridade, são muitos os que
perguntam: em que devemos acreditar? Quem se deve ouvir? Que dogmas se devem
aceitar? Que moral há que seguir? E são muitos os que, ao não poder responder a
estas perguntas com a certeza de outros tempos, têm a sensação de estar
«perdendo a fé».
No entanto, não temos de confundir nunca a fé com a
mera afirmação teórica de umas verdades ou princípios. Certamente, a fé implica
uma visão da vida e uma peculiar concepção do ser humano, a sua tarefa e o seu
destino final. Mas ser crente é algo mais profundo e radical. E consiste, antes
de tudo, numa abertura confiada a Jesus Cristo como sentido último de nossa
vida, critério definitivo de nosso amor pelos nossos irmãos e esperança
última do nosso futuro.
Por isso pode-se ser um verdadeiro crente e não ser capaz de formular com certeza determinados aspectos da concepção cristã da vida. E pode-se também afirmar com absoluta segurança os diversos dogmas cristãos e não viver entregue a Deus em atitude de fé.
Fonte:
IHU – Comentário do Evangelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário