Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

“Adesão viva a Jesus Cristo” – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!

 

"E vocês? ", perguntou ele. "Quem vocês dizem que eu sou? "
Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo".
(Mt 16, 15-16)


Hoje trago para este espaço mais uma boa reflexão, muito concreta e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 16, 13-20  (Quem é Jesus?). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

 WCejnóg

 

 

IHU – ADITAL

21 Agosto 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus capítulo 16,13-20, que corresponde ao 21° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto.

Não é fácil tentar responder com sinceridade à pergunta de Jesus: «Quem dizeis que eu sou?». Na realidade, quem é Jesus para nós? Sua pessoa chega-nos através de vinte séculos de imagens, fórmulas, devoções, experiências, interpretações culturais... que vão revelando e velando, ao mesmo tempo, a sua riqueza insondável.

Mas, além disso, cada um de nós vai revestindo Jesus com o que somos nós mesmos. E projetamos nele nossos desejos, aspirações, interesses e limitações. E quase sem nos darmos conta, o diminuímos e desfiguramos, mesmo quando o tentamos exaltar.

Mas Jesus continua vivo. Nós, cristãos, não conseguimos dissecá-Lo com a nossa mediocridade. Não permite que o disfarcemos. Não se deixa etiquetar nem se reduzir a uns ritos, umas fórmulas ou uns costumes.

Jesus sempre desconcerta a quem se aproxima dele com uma postura aberta e sincera. É sempre diferente do que esperávamos. Sempre abre novas brechas na nossa vida, quebra os nossos padrões e nos atrai para uma nova vida. Quanto mais se o conhece, mais se sabe que ainda se está começando a descobrir.

Jesus é perigoso. Percebemos nele uma entrega aos homens, que desmascara o nosso egoísmo. Uma paixão pela justiça que sacode as nossas seguranças, privilégios e egoísmo. Uma ternura que deixa ao descoberto a nossa mesquinhez. Uma liberdade que rasga nossos milhares de escravidões e servidões.

E, sobretudo, intuímos Nele um mistério de abertura e proximidade a Deus que nos atrai e nos convida a abrir a nossa existência ao Pai. Vamos conhecendo Jesus na medida em que nos entregarmos a Ele. Só há um caminho para aprofundar seu mistério: segui-Lo.

Seguir humildemente seus passos, abrir-nos com Ele ao Pai, reproduzir seus gestos de amor e ternura, ver a vida com seus olhos, partilhar seu destino doloroso, esperar sua ressurreição. E, sem dúvida, orar muitas vezes do fundo dos nossos corações: «Creio, Senhor, ajuda a minha incredulidade».

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

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