“Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e se assentou. Seus discípulos
proximaram-se dele, e ele começou a
ensiná-los, dizendo:
Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados.
Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos.
Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos
céus.
Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem,
perseguirem e levantarem todo
tipo de calúnia contra vocês.
Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus,
pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram
antes de vocês". (Mt 5, 1-12)
Hoje, uma reflexão muito atual que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 5, 1-12 (Bem-aventuranças). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg
IHU – ADITAL
30 Outubor 2020
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de
Mateus 5,1-12, que corresponde à Festa de Todos os Santos,
ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola
comenta o texto.
Eis o texto
Não é difícil traçar o perfil de uma pessoa feliz na sociedade que Jesus conhecia. Seria um homem adulto e saudável, casado com uma mulher honesta e fértil, com filhos do sexo masculino e terras ricas, cumpridor da religião e respeitado na sua cidade. O que mais se podia pedir?
Certamente não era este o ideal que animava Jesus. Sem esposa nem filhos, sem terra nem bens, percorrendo a Galileia como um vagabundo, sua vida não respondia a nenhum tipo de felicidade convencional. Seu modo de vida era provocador. Se era feliz, era de forma contracultural, ao contrário do estabelecido.
Na verdade, não pensava muito na Sua felicidade. Sua vida girava mais em torno de um projeto que o entusiasmava e o fazia viver intensamente. Chamava-lhe «reino de Deus». Aparentemente, era feliz quando podia fazer os outros felizes. Sentia-se bem a devolver às pessoas a saúde e a dignidade. Foi bom restaurar as pessoas para a saúde e dignidade que lhes tinha sido arrebatada injustamente.
Não procurava seu próprio interesse. Vivia criando novas condições de felicidade para todos. Não sabia ser feliz sem incluir os outros. A todos propunha critérios novos, mais livres e radicais para criar um mundo mais digno e feliz.
Acreditava num «Deus feliz», o Deus criador que olha para todas as suas criaturas com amor profundo, o Deus amigo da vida e não da morte, mais atento ao sofrimento das pessoas do que aos seus pecados.
A partir da fé nesse Deus, quebrava os esquemas religiosos e sociais. Não pregava: «Felizes os justos e piedosos, pois receberão o prêmio de Deus». Não dizia: «Felizes os ricos e poderosos, porque contam com a sua bênção». O Seu grito era desconcertante para todos: «Felizes os pobres, porque Deus será a sua felicidade».
O convite de Jesus vem dizer assim: «Não procurem a felicidade na satisfação dos vossos interesses ou na prática interesseira da vossa religião. Sejam felizes trabalhando de forma fiel e paciente por um mundo mais feliz para todos».
Fonte:IHU – Comentário do Evangelho
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