Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

“O risco de defraudar Deus”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!

  “Jesus lhes disse: Vocês nunca leram isto nas Escrituras? -  'A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isso vem do Senhor, e é algo maravilhoso para nós'.  Portanto, eu digo que o Reino de Deus será tirado de vocês e será dado a um povo que dê os frutos do Reino“. (Mt 21. 42-43)

Abaixo, uma bonita reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 21, 33-43 (Parábola dos lavradores homicidas). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg

IHU – ADITAL

02 Outubro 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus 21,33-43, que corresponde ao 27° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto.

A parábola dos «viticultores homicidas» é tão dura que é difícil para nós, cristãos, pensar que esse aviso profético, dirigido por Jesus aos líderes religiosos de seu tempo, tem algo a ver conosco.

O relato fala de uns lavradores encarregados por um homem para trabalhar a sua vinha. Chegado o tempo da vindima ocorre algo surpreendente e inesperado. Os lavradores recusam-se a entregar a colheita. O senhor não colherá os frutos que tanto espera.

A sua ousadia é incrível. Um após o outro, vão matando os servos que o senhor lhes envia para recolher os frutos. Mais ainda. Quando lhes envia o seu próprio filho, atiram-no «para fora da vinha» e matam-no para ficarem como únicos donos de tudo.

Que pode fazer o senhor da vinha com esses lavradores? Os líderes religiosos, que escutam nervosos a parábola, chegam a uma conclusão terrível: fará com que morram e transferirá a vinha para outros lavradores «que lhe entreguem os frutos no devido tempo». Eles mesmos se estão condenando. Jesus diz-lhes na cara: «Por isso vos digo que o reino de Deus vos será retirado e entregue a um povo que produz os seus frutos».

Na «vinha de Deus» não há lugar para quem não dá frutos. No projeto do reino de Deus que Jesus anuncia e promove não podem continuar a ocupar lugar «lavradores» indignos que não reconheçam o senhorio do seu Filho, porque se sentem donos, senhores e amos do povo de Deus. Devem ser substituídos por «um povo que produza frutos».

Por vezes pensamos que esta parábola tão ameaçadora aplica-se ao povo do Antigo Testamento, mas não para nós, que somos o povo da Nova Aliança e temos já a garantia de que Cristo estará sempre conosco.

É um erro. A parábola também está a falar de nós. Deus não tem que abençoar um cristianismo estéril do qual não recebe os frutos que espera. Não tem de se identificar com as nossas incoerências, desvios e pouca fidelidade. Também agora, Deus quer que os trabalhadores indignos de Sua vinha sejam substituídos por um povo que produza frutos dignos do reino de Deus.

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

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