Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

domingo, 27 de dezembro de 2020

“Deus encarnado”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

"Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura”. (Lc 2, 12)

Reflexão para o tempo de Natal

O texto do Evangelho segundo Lucas, 2, 1-14,  (O nascimento de Jesus) é a base desta reflexão, que é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Excelente reflexão!

Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg

IHU – ADITAL

24 Dezembro 2020

A leitura que a Igreja propõe para esta Noite de Natal é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas, 2, 1-14. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto

Eis o texto

O Natal obriga-nos a rever ideias e imagens que habitualmente temos de Deus, mas que nos impedem de nos aproximarmos do Seu verdadeiro rosto. Deus não se deixa aprisionar nos nossos esquemas e moldes de pensamento. Não segue os caminhos que nós lhe marcamos. Deus é imprevisível.

Imaginamo-Lo forte e poderoso, majestoso e onipotente, mas Ele oferece-se na fragilidade de uma criança débil, nascida na mais absoluta simplicidade e pobreza. Colocamo-Lo quase sempre no extraordinário, prodigioso e surpreendente, mas ele apresenta-se a nós no quotidiano, no normal e comum. Imaginamo-lo grande e distante, e ele torna-se pequeno e próximo de nós.

Não. Este Deus encarnado no menino de Belém não é o que teríamos esperado. Não está à altura do que teríamos imaginado. Este Deus pode-nos decepcionar. No entanto, não é precisamente deste Deus próximo que necessitamos junto de nós? Não é esta proximidade ao humano a que melhor revela o verdadeiro mistério de Deus? Não se manifesta na debilidade deste menino sua verdadeira grandeza?

O Natal recorda-nos que a presença de Deus nem sempre corresponde às nossas expectativas, pois se nos oferece onde menos esperamos. Certamente temos de procurá-Lo na oração e no silêncio, na superação do egoísmo, na vida fiel e obediente à sua vontade, mas Deus pode oferecer-se quando Ele quiser e como quiser, mesmo no mais vulgar e comum da vida.

Agora sabemos que o podemos encontrar em qualquer ser indefeso e fraco que precise do nosso acolhimento. Pode estar nas lágrimas de uma criança ou na solidão de um velho. No rosto de qualquer irmão podemos descobrir a presença desse Deus que quis encarnar-se no humano.

Esta é a fé revolucionária do Natal, o maior escândalo do Cristianismo, expressa de forma lapidar por Paulo: «Cristo, apesar da sua condição divina, não se agarrou à sua categoria de Deus; pelo contrário, despojou-se do seu posto e assumiu a condição de servo, tornando-se um de muitos e apresentando-se como um simples homem» (Filipenses 2,6-7).

O Deus Cristão não é um Deus desencarnado, distante e inacessível. É um Deus encarnado, próximo, perto. Um Deus a quem podemos tocar de alguma forma sempre que tocamos no humano.

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

 

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