Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 9 de janeiro de 2021

“O caminho aberto por Jesus”. – Reflexão de Josè Antonio Pagola. Ótima!

O batismo de Jesus

A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito relevante nos tempos de hoje, e principalmente para as pessoas que abraçam a fé cristã. Ela tem como pano de fundo o texto bíblico  Mc 1, 7-11 (O batismo de Jesus).

Vale a pena ler e refletir.

WCejnog

IHU – ADITAL

08 Janeiro 2021

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Marcos 1,7-11, que corresponde ao Batismo de Jesus, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Não são poucos os cristãos praticantes que entendem a sua fé apenas como uma «obrigação». Há um conjunto de crenças que se «devem» aceitar, mesmo que não conheçamos o seu conteúdo ou se saiba o interesse que podem ter para a vida; há também um código de leis que se «deve» observar, mesmo que não se compreenda bem tanta exigência de Deus; finalmente, há umas práticas religiosas que se «devem» cumprir, mesmo que de forma rotineira.

Esta forma de compreender e viver a fé gera uma espécie de cristão aborrecido, sem desejo de Deus e sem criatividade ou paixão alguma para espalhar a sua fé. Basta com «cumprir». Esta religião não tem atrativo algum; converte-se num peso difícil de suportar; a não poucos produz alergia. Não estava errada Simone Weil quando escreveu que «onde falta o desejo de encontrar-se com Deus, não há crentes, mas sim pobres caricaturas de pessoas que se dirigem a Deus por medo ou interesse».

Nas primeiras comunidades cristãs, viviam-se as coisas de forma diferente. A fé cristã não era entendida como um «sistema religioso». Chamavam-lhe «caminho» e propunham-no como a forma mais acertada de viver com sentido e esperança. Diz-se que é um «caminho novo e vivo» que «foi inaugurado por Jesus para nós», um caminho que se percorre «com os olhos fixos Nele» (Hebreus 10,20; 12,2).

É de grande importância tomar consciência de que a fé é uma caminhada e não um sistema religioso. E num percurso há de tudo: marcha alegre e momentos de busca, provas que devem ser superadas e retrocessos, decisões incontornáveis, dúvidas e interrogações. Tudo faz parte do caminho: também as dúvidas, que podem ser mais estimulantes do que não poucas certezas e seguranças detidas de forma rotineira e simplista.

Cada um tem de fazer o seu próprio caminho. Cada um é responsável da «aventura» da sua vida. Cada um tem o seu próprio ritmo. Não há que forçar nada. No caminho cristão há etapas: as pessoas podem viver momentos e situações diferentes. O importante é «caminhar», não parar, escutar a chamada que a todos é feita, de viver de uma forma mais digna e feliz. Este pode ser o melhor modo de «preparar o caminho do Senhor».

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário