Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galileia, proclamando as boas-novas de Deus. "O tempo é chegado", dizia ele. "O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas-novas!" (Mc 1, 14-15)
Hoje trago para este espaço uma reflexão muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 1, 14-20 (A beleza do Reino!). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
O PROJETO DO REINO DE DEUS
Trabalhos muito importantes foram escritos para definir onde está a "essência do Cristianismo". Porém, para conhecer o centro da fé cristã, não é necessário recorrer a nenhuma teoria teológica.
Em primeiro lugar, compreender o que foi para Jesus o seu objetivo, o centro da sua vida, a causa à qual se dedicou de corpo e alma. Ninguém duvida hoje que o Evangelho de Marcos o resumiu apropriadamente com estas palavras: “O reino de Deus está próximo. Converta e acredite nesta Boa Nova ».
O objetivo de Jesus era introduzir no mundo o que ele chamou de "o reino de Deus": uma sociedade estruturada de maneira justa e digna para todos, como Deus quer. Quando Deus reina no mundo, a humanidade progride na justiça, solidariedade, compaixão, fraternidade e paz. Foi a isso que Jesus se dedicou com verdadeira paixão. Por isso foi perseguido, torturado e executado. "O reino de Deus" era o absoluto para ele. A conclusão é clara: a força, o motor, o objetivo, a razão e o significado último do Cristianismo é "o reino de Deus", nada mais.
O critério para medir a identidade dos cristãos, a verdade de uma espiritualidade ou a autenticidade do que a Igreja faz é sempre "o reino de Deus". Um reino que começa aqui e atinge sua plenitude na vida eterna.
A única maneira de ver a vida como Jesus a via, a única maneira de sentir as coisas como as sentia, a única maneira de agir como agia, é orientar a vida para construir um mundo mais humano.
Mesmo assim, muitos cristãos não ouviram falar do "reino de Deus". E não foram poucos os teólogos que tiveram que descobrir isso aos poucos ao longo de nossas vidas.
Uma das "heresias" mais sérias introduzidas no cristianismo é tornar a Igreja absoluta. Pensar que a Igreja é central, que ela é a realidade à qual tudo o mais deve estar subordinado; fazer da Igreja o "substituto" do reino de Deus; trabalhar pela Igreja e preocupar-se com os seus problemas, esquecendo o sofrimento que existe no mundo e a luta por uma organização mais justa da vida.
Não é fácil manter um cristianismo orientado para o reino de Deus, mas, ao trabalhar nesta direção, a fé se transforma, torna-se mais criativa e, acima de tudo, mais evangélica e humana.
Fonte: Facebook
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