“Respondeu Jesus: <O mais importante é este: 'Ouça, ó Israel, o Senhor, o nosso Deus, o Senhor é o único Senhor. Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças>. O segundo é este: <Ame o seu próximo como a si mesmo>. Não existe mandamento maior do que estes". (Mc 12, 29-31)
A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito oportuna e importante. Tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 12, 28-34 (O mandamento mais importante).
O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler.
Wcejnog
IHU – ADITAL
29 Outubro 2021
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Marcos 12,28-34, que corresponde ao 31º domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
O amor se aprende
Quase ninguém pensa que o amor é algo que se vá aprendendo pouco a pouco ao longo da vida. A maioria assume que o ser humano sabe amar espontaneamente. Por isso, se podem detectar tantos erros e tanta ambiguidade nesse mundo misterioso e atraente do amor.
Há quem pense que o amor consiste fundamentalmente em ser amado e não em amar. Por isso, passam a vida esforçando-se por conseguir que alguém os ame. Para essas pessoas, o importante é ser atraente, ser agradável, ter uma conversa interessante, fazer-se querer. Em geral, acabam por ser bastante infelizes.
Outros estão convencidos de que amar é algo simples, e que o difícil é encontrar pessoas agradáveis às quais se possa querer. Só se aproximam de quem lhes parece simpático. Assim que não encontram a resposta apetecida, o seu «amor» desaparece.
Há aqueles que confundem o amor com o desejo. Reduzem tudo a encontrar alguém que satisfaça o seu desejo de companhia, afeto ou prazer. Quando dizem «te amo», na realidade estão dizendo «te desejo», «me apeteces».
Quando Jesus fala do amor a Deus e ao próximo como a coisa mais importante e decisiva da vida, está pensando em outra coisa. Para Jesus, o amor é a força que move e faz crescer a vida, pois pode libertar-nos da solidão e da separação para nos fazer entrar na comunhão com Deus e com os outros.
Mas, concretamente, esse «amar o próximo como a si mesmo» requer uma verdadeira aprendizagem, sempre possível para quem tem Jesus como Mestre.
A primeira tarefa é aprender a escutar o outro. Procurar entender o que vive. Sem essa escuta sincera dos seus sofrimentos, necessidades e aspirações, não é possível o amor verdadeiro.
A segunda é aprender a dar. Não há amor onde não há entrega generosa, doação desinteressada, presente. O amor é todo o contrário de acumular, apropriar-se do outro, usá-lo, aproveitar-se dele.
Por último, amar exige aprender a perdoar. Aceitar o outro com as suas debilidades e a sua mediocridade. Não retirar rapidamente a amizade ou o amor. Oferecer uma e outra vez a possibilidade de reencontro. Devolver o bem pelo mal.
Fonte: IHU - Comentário do Evangelho