Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

“Um dinheiro que não é nosso” – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!

 

"Jesus olhou para ele com amor e disse: "Falta uma coisa para você", disse ele. "Vá, venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me." (Mc 17, 21)

Hoje trago para este espaço mais uma boa reflexão, muito concreta e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 10, 17-30  (O jovem rico). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg

IHU – ADITAL

08 Outubro 2021

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Marcos 10,17-30, que corresponde ao 28º domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.  

Um dinheiro que não é nosso

Nas nossas igrejas pede-se dinheiro para os necessitados, mas já não se expõe a doutrina cristã que sobre o dinheiro predicaram com força, teólogos e pregadores como Ambrósio de Trier, Agostinho de Hipona ou Bernardo de Claraval.

Uma pergunta aparece constantemente nos seus lábios. Se todos somos irmãos e a terra é um presente de Deus para toda a humanidade, com que direito podemos continuar a acumular o que não precisamos, se ao fazê-lo estamos privando os outros do que necessitam para viver? Não há antes que afirmar que o que sobra ao rico pertence ao pobre?

Não devemos esquecer que possuir algo significa sempre excluir os outros dele. Com a propriedade privada estamos sempre a privar os outros daquilo que desfrutamos.

Por isso, quando damos algo nosso aos pobres, na realidade talvez estejamos restituindo o que não nos corresponde totalmente. Escutemos estas palavras de São Ambrosio: Não dás ao pobre do teu, mas sim devolves o dele. Porque o que é comum é que todos, não apenas dos ricos. Pagas, pois, uma dívida; não dás gratuitamente o que não deves.

Naturalmente, tudo isto pode parecer idealismo ingênuo e inútil. As leis protegem de maneira inflexível a propriedade privada dos privilegiados, ainda que dentro da sociedade haja pobres que vivem na miséria. São Bernardo reagia assim no seu tempo: continuamente se ditam leis nos nossos palácios; mas são leis de Justiniano, não do Senhor.

Não nos deve surpreender que Jesus, ao encontrar-se com um homem rico que cumpriu todos os mandamentos desde a infância, lhe diga que ainda lhe falta uma coisa para adotar uma postura autêntica de seguimento seu; deixar de acumular e começar a partilhar o que tem com os necessitados.

O homem rico afasta-se de Jesus cheio de tristeza. O dinheiro empobreceu-o, tirou-lhe liberdade e generosidade. O dinheiro impede-o de escutar a chamada de Deus a uma vida mais plena e humana. Que difícil vai ser para os ricos entrar no reino de Deus. Não é uma sorte ter dinheiro, mas um verdadeiro problema, pois o dinheiro nos impede de seguir o verdadeiro caminho para Jesus e para o seu projeto do reino de Deus.

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

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