Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

“Um grito incômodo”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual e relevante!

 

"<O que você quer que eu faça?>, perguntou-lhe Jesus. O cego respondeu: <Mestre, eu quero ver!>.  <Vá>, disse Jesus, <a sua fé o curou>. Imediatamente ele recuperou a visão e seguiu Jesus pelo caminho.”  (Mc 10, 51-52)

 

Abaixo, uma boa reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 10, 46-52 (O mendigo cego Bartimeu à beira do caminho). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg 

IHU – ADITAL

22 Outubro 2021

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Marcos 10,46-52, que corresponde ao 30º domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Um grito incômodo 

Jesus sai de Jericó a caminho de Jerusalém. Vai acompanhado pelos seus discípulos e por mais pessoas. De repente, escutam gritos. É um mendigo cego que, da beira do caminho, se dirige a Jesus: «Filho de David, tem compaixão de mim!»

A sua cegueira impede-o de desfrutar a vida como os outros. Ele nunca poderá peregrinar até Jerusalém. Além disso, fechar-lhe-iam as portas do templo: os cegos não podiam entrar no recinto sagrado. Excluído da vida, marginalizado pelo povo, esquecido pelos representantes de Deus, só lhe resta pedir compaixão a Jesus. 

Os discípulos e seguidores irritam-se. Aqueles gritos interrompem a sua marcha tranquila em direção a Jerusalém. Não podem escutar em paz as palavras de Jesus. Aquele pobre incomoda. Há que silenciar os seus gritos. Por isso, «muitos o repreendiam para que se calasse»

A reação de Jesus é muito diferente. Não pode seguir o seu caminho ignorando o sofrimento daquele homem. «Detém-se», faz com que todo o grupo pare e pede-lhes para que chamem o cego. Os seus seguidores não podem caminhar atrás dele sem escutar as chamadas dos que sofrem. 

A razão é simples. É dito por Jesus de mil maneiras, em parábolas, exortações e ditados soltos: o centro do olhar e do coração de Deus são os que sofrem. Por isso, Ele os acolhe e se vira para eles preferencialmente. A sua vida é, acima de tudo, para os maltratados pela vida ou pelas injustiças: os condenados a viver sem esperança. 

Incomoda-nos os gritos dos que vivem mal. Pode irritar-nos encontrá-los continuamente nas páginas do evangelho. Mas não nos está permitido «mutilar» a sua mensagem. Não há Igreja de Jesus sem escutar os que sofrem. 

Estão no nosso caminho. Podemos encontrá-los em qualquer momento. Muito perto de nós ou mais longe. Pedem ajuda e compaixão. A única postura cristã é a de Jesus perante o cego: «Que queres que faça por ti? ». Esta deveria ser a atitude da Igreja perante o mundo daqueles que sofrem: que queres que faça por ti?

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho


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