Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

“São grandes, ainda que não saibam”. – Reflxão de José Antonio Pagola.

"Mas Jesus, chamando-os a si, disse-lhes: Sabeis que os que julgam ser príncipes dos gentios, deles se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre eles; Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos". (Mc 10, 42-44)

Abaixo, uma excelente reflexão, muito concreta e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 10,35-45 (O pedido de Tiago e João). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicada na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg

 

IHU – ADITAL

15 Outubro 2021

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Marcos 10, 35-45, que corresponde ao 29º domingo do Tempo Comum, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. A tradução é de Ana Casarotti. 

São grandes, ainda que não saibam

Nunca vem o seu nome nos jornais. Ninguém lhes cede a passagem em lugar algum. Não têm títulos nem contas correntes invejáveis, mas são grandes. Não possuem muitas riquezas, mas têm algo que não se pode comprar com dinheiro: bondade, capacidade de acolhimento, ternura e compaixão para com o necessitado. 

Homens e mulheres comuns, pessoas vulgares que ninguém valoriza, mas que passam a vida colocando amor e afeição à sua volta. Pessoas simples e boas que só sabem viver dando uma mão e fazendo o bem. Pessoas que não conhecem o orgulho nem têm grandes pretensões. Homens e mulheres que se encontram no momento oportuno, quando se precisa de uma palavra de ânimo, de um olhar cordial, da mão próxima. 

Pais simples e bons que disponibilizam tempo para escutar os seus filhos pequenos, responder às suas infinitas perguntas, desfrutar com os seus jogos e a descobrir de novo junto deles o melhor da vida. Mães incansáveis que enchem a casa de calor e alegria. Mulheres que não têm preço, pois sabem dar aos seus filhos o que mais necessitam para enfrentar-se confiadamente o seu futuro. Esposos que vão amadurecendo o seu amor dia a dia, aprendendo a ceder, cuidando generosamente da felicidade do outro, perdoando-se mutuamente nos mil pequenos atritos da vida. 

Estas pessoas desconhecidas são as que tornam o mundo mais habitável e a vida mais humana. Eles põem um ar limpo e respirável na nossa sociedade. Deles, disse Jesus, que são grandes porque vivem ao serviço dos outros. Eles próprios não o sabem, mas graças às suas vidas, abrem caminho nas nossas ruas e casas, a energia mais antiga e genuína: a energia do amor. 

No deserto deste mundo, por vezes tão inóspito, onde só parece crescer a rivalidade e o confronto, eles são pequenos oásis em que brotam a amizade, a confiança e a ajuda mútua. Não se perdem em discursos e teorias. O seu é amar em silêncio e prestar ajuda a quem o necessite. 

É possível que ninguém lhes agradeça nunca nada. Provavelmente não se lhes farão grandes homenagens. Mas estes homens e mulheres são grandes porque são humanos. Aí está a sua grandeza. Eles são os melhores seguidores de Jesus, pois vivem fazendo um mundo mais digno, como Ele. Sem o saber, estão abrindo caminhos ao reino de Deus.

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

 

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