Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 11 de março de 2022

A quem escutar? – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem.
Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: <Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!>.”
 (Lc 9, 34-35)

Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc, 9,28b-36 (Transfiguração do Senhor). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg


IHU - ADITAL

11 Março 2022

A leitura que a Igreja propõe para este domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 9,28b-36, que corresponde ao 2° Domingo da Quaresma, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

A quem escutar?

Nós cristãos ouvimos falar desde a infância de uma cena evangélica tradicionalmente chamada de «transfiguração de Jesus». Já não é possível saber com segurança como se originou o relato. Ficou recolhido na tradição cristã sobretudo por dois motivos: ajudava-os a recordar o mistério encerrado em Jesus e convidava-os a ouvi-lo apenas a ele.

No cume de uma «montanha alta», os discípulos mais próximos veem Jesus com o rosto «transfigurado». Acompanham-no dois personagens lendários da história de Israel: Moisés, o grande legislador do povo, e Elias, o profeta do fogo que defendeu Deus com zelo abrasador.

Os dois personagens, representantes da Lei e dos Profetas, têm os seus rostos apagados: só Jesus irradia luz. Por outro lado, não proclamam nenhuma mensagem, vêm a «conversar» com Jesus: só ele tem a última palavra. Só ele é a chave para ler qualquer outra mensagem.

Pedro parece não o ter entendido. Propõe fazer «três cabanas»", uma para cada. Põe os três no mesmo plano. Não captou a novidade de Jesus. A voz que surge da nuvem vai deixar as coisas claras: «Este é o meu Filho, o escolhido. Ouvi-lo». Não há que ouvir a Moisés ou Elias, mas a Jesus, o «Filho amado». As suas palavras e a sua vida revelam-nos a verdade de Deus.


Viver ouvindo Jesus é uma experiência única.
Por fim estamos a escutar alguém que diz a verdade. Alguém que sabe pelo que e para que viver. Alguém que oferece as chaves para construir um mundo mais justo e digno do ser humano.

Os seguidores de Jesus não vivem de nenhuma crença, norma ou rito. Uma comunidade vai-se fazendo cristã quando vai colocando no seu centro o Evangelho e apenas o Evangelho. Aí se joga a nossa identidade. Não é fácil imaginar um evento social mais humanizador do que um grupo de crentes a ouvir juntos a «história de Jesus». Cada domingo podemos sentir o seu apelo para olhar a vida com olhos diferentes e vivê-la com mais responsabilidade, construindo um mundo mais habitável.

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

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