Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 5 de março de 2022

“Transformar tudo em pão”. – Reflexão de José Antônio Pagola. Excelente!

O Diabo lhe disse: <Se és o Filho de Deus, manda esta pedra transformar-se em pão>.        Jesus respondeu: <Está escrito: Nem só de pão viverá o homem>. “ (4, 3-4)

Abaixo, uma reflexão muito concreta e relevante para os dias de hoje, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lucas 4,1-13 (No deserto, Jesus é posto à prova). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg

IHU – ADITAL

04 Março 2022

A leitura que a Igreja propõe para este domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 4,1-13, que corresponde ao 1° Domingo da Quaresma, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.  

Transformar tudo em pão

É a nossa grande tentação. Reduzir todo o horizonte da nossa vida à mera satisfação dos nossos desejos: esforçarmo-nos por transformar tudo em pão para alimentar os nossos desejos. 

A nossa maior satisfação, e às vezes quase a única, é digerir e consumir produtos, artigos, objetos, espetáculos, livros, televisão. Até o amor ficou convertido muitas vezes em mera satisfação sexual.

Corremos a tentação de procurar prazer para além dos limites da necessidade, mesmo em detrimento da vida e da convivência. Acabamos lutando para satisfazer os nossos desejos, mesmo à custa dos outros, provocando competitividade e guerra entre nós.

Enganamo-nos se pensamos que esse é o caminho da libertação e da vida. Pelo contrário, nunca sentimos que a procura exacerbada do prazer conduz ao aborrecimento, ao tédio e ao esvaziamento da vida? Não estamos vendo que uma sociedade que cultiva o consumo e a satisfação não faz mais do que gerar insolidariedade, irresponsabilidade e violência?

Esta civilização, que nos "educou" para a busca do prazer para além de toda a razão e medida, necessita de uma mudança de direção que possa dar-nos um novo alento de vida.

Temos que voltar para o deserto. Aprender com Jesus, que se recusou a fazer maravilhas por pura utilidade, capricho ou prazer. Escutar a verdade que se encerra nas suas inesquecíveis palavras: «Não só de pão vive o homem, mas de cada Palavra que sai da boca de Deus».

Não precisamos nos libertar da nossa avidez, egoísmo e superficialidade, para despertar em nós amor e generosidade? Não precisamos escutar Deus, que nos convida a desfrutar criando solidariedade, amizade e fraternidade?

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho

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