Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 18 de março de 2022

“Vida estéril”. – Reflexão de JoséAntonio Pagola. Excelente!

 

“E dizia esta parábola: Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o achando. E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente?
E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque; E, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar.”  (Lc 13, 6-9)

Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 13,1-9 (a figueira que não dá frutos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

18 Março 2021

VIDA ESTÉRIL

O risco mais sério que ameaça a todos nós é acabar vivendo uma vida estéril. Sem perceber, reduzimos a vida ao que nos parece importante: ganhar dinheiro, não ter problemas, comprar coisas, saber se divertir... Depois de alguns anos podemos nos encontrar vivendo sem mais horizonte ou projeto.

É o mais fácil. Pouco a pouco estamos substituindo os valores que poderiam animar nossa vida por pequenos interesses que nos ajudam a "se dar bem". Não é muito, mas é o suficiente para “sobreviver” sem maiores aspirações. O importante é “sentir-se bem”.

Estamos nos estabelecendo em uma cultura que os especialistas chamam de "cultura da insignificância". Confundimos o valioso com o útil, o bom com o que queremos, a felicidade com o bem-estar. Já sabemos que isso não é tudo, mas tentamos nos convencer de que é o suficiente para nós.

No entanto, não é fácil viver assim, nos repetindo sem parar, sempre se alimentando da mesma coisa, sem nenhuma criatividade ou compromisso, com aquela estranha sensação de estagnação, incapazes de tomar conta de nossas vidas de forma mais responsável.

A razão última para essa insatisfação é profunda. Viver de maneira estéril significa não entrar no processo criativo de Deus, permanecer como espectadores passivos, não compreender qual é o mistério da vida, negar em nós mesmos o que nos torna mais semelhantes ao Criador: o amor criativo e a dedicação generosa.

Jesus compara a vida estéril de uma pessoa a uma "figueira que não dá fruto". Para que ele vai ocupar um terreno baldio? A pergunta de Jesus é perturbadora. De que adianta viver ocupando um lugar em toda a criação se nossa vida não contribui para a construção de um mundo melhor? Estamos contentes em passar por esta vida sem torná-la um pouco mais humana?

Criar um filho, construir uma família, cuidar de pais idosos, cultivar amizades ou acompanhar de perto uma pessoa necessitada... não é "desperdiçar a vida", mas vivê-la na sua mais plena verdade.

3 Quaresma - C

(Lucas 13,1-9)

20 de março de 2022

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Fonte: Facebook 

 

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