“Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? <Aquele que teve misericórdia dele>, respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: Vá e faça o mesmo.” (Lc 10,36-37)
Abaixo, uma excelente reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 10,25-37 (A Parábola do Bom Samaritano). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
07 Julho 2022
OS FERIDOS NAS MARGENS
A parábola do "bom samaritano" veio do coração de Jesus, que caminhava pela Galiléia muito atento aos mendigos e doentes que via nas valas das estradas. Ele queria ensinar a todos a andar pela vida com "compaixão", mas estava pensando acima de todos nos líderes religiosos.
Na beira de uma estrada perigosa, um homem assaltado e agredido foi deixado "meio morto". Felizmente, no caminho chega um sacerdote e depois um levita. Ambos pertencem ao mundo oficial do templo. São pessoas religiosas. Certamente terão pena dele.
Não é assim. Vendo o homem ferido, os dois fecham os olhos e os corações. Para eles é como se aquele homem não existisse: "Eles fazem um desvio e passam", sem parar. Ocupados com sua piedade e sua adoração a Deus, eles continuam seu caminho. Sua preocupação não são aqueles que sofrem.
Um terceiro viajante aparece no horizonte. Ele não é um sacerdote ou um levita. Não vem do templo nem pertence ao povo escolhido. Ele é um "samaritano" desprezível. O pior pode ser esperado dele.
No entanto, vendo o homem ferido "seu interior se comove". Não demora muito. Ela se aproxima dele e faz tudo o que pode: desinfeta suas feridas, trata-as e enfaixa-as. Então ele o leva em sua montaria para uma estalagem. Lá ele cuida dele pessoalmente e tenta mantê-lo cuidado.
É difícil imaginar um chamado mais provocativo de Jesus aos seus seguidores e diretamente aos líderes religiosos. Não basta que na Igreja existam instituições, organismos e pessoas que estejam junto com quem sofre. É toda a Igreja que deve aparecer publicamente como a instituição mais sensível e comprometida com aqueles que sofrem física e moralmente.
Se a Igreja não se comover nas entranhas diante dos feridos nas sarjetas, o que ela faz e o que diz será bastante irrelevante. Só a compaixão pode tornar a Igreja de Jesus mais humana e crível hoje.
15 Tempo Comum - C
(Lucas 10,25-37)
10 de julho
Jose Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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