Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 9 de julho de 2022

“Os feridos nas margens”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 


“Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? <Aquele que teve misericórdia dele>, respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: Vá e faça o mesmo.” (Lc 10,36-37)

Abaixo, uma excelente reflexão, muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 10,25-37 (A Parábola do Bom Samaritano). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

07 Julho 2022

OS FERIDOS NAS MARGENS

A parábola do "bom samaritano" veio do coração de Jesus, que caminhava pela Galiléia muito atento aos mendigos e doentes que via nas valas das estradas. Ele queria ensinar a todos a andar pela vida com "compaixão", mas estava pensando acima de todos nos líderes religiosos.

Na beira de uma estrada perigosa, um homem assaltado e agredido foi deixado "meio morto". Felizmente, no caminho chega um sacerdote e depois um levita. Ambos pertencem ao mundo oficial do templo. São pessoas religiosas. Certamente terão pena dele.

Não é assim. Vendo o homem ferido, os dois fecham os olhos e os corações. Para eles é como se aquele homem não existisse: "Eles fazem um desvio e passam", sem parar. Ocupados com sua piedade e sua adoração a Deus, eles continuam seu caminho. Sua preocupação não são aqueles que sofrem.

Um terceiro viajante aparece no horizonte. Ele não é um sacerdote ou um levita. Não vem do templo nem pertence ao povo escolhido. Ele é um "samaritano" desprezível. O pior pode ser esperado dele.

No entanto, vendo o homem ferido "seu interior se comove". Não demora muito. Ela se aproxima dele e faz tudo o que pode: desinfeta suas feridas, trata-as e enfaixa-as. Então ele o leva em sua montaria para uma estalagem. Lá ele cuida dele pessoalmente e tenta mantê-lo cuidado.

É difícil imaginar um chamado mais provocativo de Jesus aos seus seguidores e diretamente aos líderes religiosos. Não basta que na Igreja existam instituições, organismos e pessoas que estejam junto com quem sofre. É toda a Igreja que deve aparecer publicamente como a instituição mais sensível e comprometida com aqueles que sofrem física e moralmente.

Se a Igreja não se comover nas entranhas diante dos feridos nas sarjetas, o que ela faz e o que diz será bastante irrelevante. Só a compaixão pode tornar a Igreja de Jesus mais humana e crível hoje.

15 Tempo Comum - C

(Lucas 10,25-37)

10 de julho

Jose Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

Nenhum comentário:

Postar um comentário