Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 23 de setembro de 2023

“Bondade escandalosa de Deus”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

Não tenho o direito de fazer o que quero com o meu dinheiro? Ou você está com inveja porque sou generoso?” (Mt 20,15)

Abaixo, uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico

Mateus 20,1-16 (Deus não é como nós). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

20 Setembro 2023

 ESCANDALOSA BONDADE DE DEUS

Provavelmente era outono e nas cidades da Galileia a vindima era vivida intensamente. Jesus viu nas praças aqueles que não tinham terras próprias, esperando serem contratados para ganhar o sustento diário. Como podemos ajudar estas pobres pessoas a sentir a misteriosa bondade de Deus para com todos?

Jesus contou-lhes uma parábola surpreendente. Ele lhes contou sobre um homem que contratou todos os diaristas que pôde. Ele próprio ia à praça da cidade repetidas vezes, em horários diferentes. No final das contas, embora o trabalho tivesse sido absolutamente desigual, ele deu a todos um denário: o que sua família precisava para viver.


O primeiro grupo protesta. Eles não reclamam de receber mais ou menos dinheiro. O que os ofende é que o Senhor “tratou os últimos como nós”. A resposta do homem ao porta-voz é admirável: “Você vai ficar com inveja porque eu sou bom?”

A parábola é tão revolucionária que certamente, depois de vinte séculos, ainda não ousamos levá-la a sério. É verdade que Deus é bom mesmo para aqueles que mal conseguem apresentar-se diante dele com méritos e obras? Será verdade que no coração do seu Pai não existem privilégios baseados no trabalho mais ou menos meritório de quem trabalhou na sua vinha?

Todos os nossos planos são abalados quando o amor livre e insondável de Deus aparece. Por isso achamos escandaloso que Jesus pareça esquecer-se dos “piedosos”, carregados de méritos, e se aproxime justamente daqueles que não têm direito a nenhuma recompensa de Deus: os pecadores que não observam a Aliança ou as prostitutas que não têm acesso para o templo.

Às vezes nos trancamos em nossos cálculos, sem permitir que Deus seja bom com todos. Não toleramos a sua infinita bondade para com todos: há pessoas que não a merecem. Parece-nos que Deus deveria dar a cada pessoa o que ela merece, e apenas o que ela merece. Graças a Deus Deus não é como nós. Do coração do seu Pai, Ele sabe também dar o seu amor salvífico àquelas pessoas que não sabemos amar.

25 Tempo Comum – A

(Mateus 20:1-16)

24 de setembro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

Nenhum comentário:

Postar um comentário