Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 16 de setembro de 2023

“Perdoar smpre”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

“Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?  Jesus respondeu: Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete” (Mt 18, 21-22)

Hoje temos uma reflexão muito atual e esclarecedora, sobre o texto bíblico Mateus 18:21-35 (Perdão: um cálculo sem limites). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

13 Setembro 2023

PERDOAR SEMPRE

Mateus é visto preocupado em corrigir os conflitos, disputas e confrontos que possam surgir na comunidade dos seguidores de Jesus. Ele provavelmente está escrevendo seu evangelho numa época em que, como é dito em seu evangelho, “a caridade da maioria está esfriando” (Mateus 24:12).

É por isso que ele especifica detalhadamente como agir para eliminar o mal dentro da comunidade, respeitando sempre as pessoas, procurando antes de mais nada a "correção em particular, a sós", recorrendo ao diálogo com as "testemunhas", envolvendo a "comunidade" ou separando daqueles que pode prejudicar os seguidores de Jesus.

Tudo isso pode ser necessário, mas como deve agir especificamente o ofendido? O que deve fazer o discípulo de Jesus que deseja seguir seus passos e colaborar com ele abrindo caminhos para o reino de Deus, o reino da misericórdia e da justiça para todos?

Mateus não poderia esquecer algumas palavras de Jesus recolhidas por um evangelho anterior ao seu. Não eram fáceis de entender, mas refletiam o que estava no coração de Jesus. Embora tenham passado vinte séculos, os seus seguidores não devem diminuir o seu conteúdo.

Pedro se aproxima de Jesus. Como em outras ocasiões, ele o faz representando o grupo de seguidores: “Se meu irmão me ofende, quantas vezes devo perdoá-lo? Até sete vezes?” Sua pergunta não é cruel, mas extremamente generosa. Ele ouviu de Jesus suas parábolas sobre a misericórdia de Deus. Conhece sua capacidade de compreender, desculpar e perdoar. Ele também está disposto a perdoar “muitas vezes”, mas não há limite?

A resposta de Jesus é contundente: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”: é preciso perdoar sempre, em todos os momentos, incondicionalmente. Ao longo dos séculos tem havido uma tentativa de desvalorizar de muitas maneiras o que Jesus disse: “perdoar sempre é prejudicial”; “dá incentivos ao infrator”; "Devemos primeiro exigir arrependimento." Tudo isto parece muito razoável, mas esconde e desfigura o que Jesus pensava e viveu.

Nós temos que voltar para Jesus. Na sua Igreja há necessidade de homens e mulheres que estejam dispostos a perdoar como ele, introduzindo entre nós o seu gesto de perdão em toda a sua gratuidade e grandeza. É o que melhor faz brilhar o rosto de Cristo na Igreja.

24 Tempo Comum – A

(Mateus 18:21-35)

17 de setembro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook 

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