“Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu: Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete” (Mt 18, 21-22)
Hoje temos uma reflexão muito atual e esclarecedora, sobre o texto bíblico Mateus 18:21-35 (Perdão: um cálculo sem limites). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
13 Setembro 2023
PERDOAR SEMPRE
Mateus é visto preocupado em corrigir os conflitos, disputas e confrontos que possam surgir na comunidade dos seguidores de Jesus. Ele provavelmente está escrevendo seu evangelho numa época em que, como é dito em seu evangelho, “a caridade da maioria está esfriando” (Mateus 24:12).
É por isso que ele especifica detalhadamente como agir para eliminar o mal dentro da comunidade, respeitando sempre as pessoas, procurando antes de mais nada a "correção em particular, a sós", recorrendo ao diálogo com as "testemunhas", envolvendo a "comunidade" ou separando daqueles que pode prejudicar os seguidores de Jesus.
Tudo isso pode ser necessário, mas como deve agir especificamente o ofendido? O que deve fazer o discípulo de Jesus que deseja seguir seus passos e colaborar com ele abrindo caminhos para o reino de Deus, o reino da misericórdia e da justiça para todos?
Mateus não poderia esquecer algumas palavras de Jesus recolhidas por um evangelho anterior ao seu. Não eram fáceis de entender, mas refletiam o que estava no coração de Jesus. Embora tenham passado vinte séculos, os seus seguidores não devem diminuir o seu conteúdo.
Pedro se aproxima de Jesus. Como em outras ocasiões, ele o faz representando o grupo de seguidores: “Se meu irmão me ofende, quantas vezes devo perdoá-lo? Até sete vezes?” Sua pergunta não é cruel, mas extremamente generosa. Ele ouviu de Jesus suas parábolas sobre a misericórdia de Deus. Conhece sua capacidade de compreender, desculpar e perdoar. Ele também está disposto a perdoar “muitas vezes”, mas não há limite?
A resposta de Jesus é contundente: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”: é preciso perdoar sempre, em todos os momentos, incondicionalmente. Ao longo dos séculos tem havido uma tentativa de desvalorizar de muitas maneiras o que Jesus disse: “perdoar sempre é prejudicial”; “dá incentivos ao infrator”; "Devemos primeiro exigir arrependimento." Tudo isto parece muito razoável, mas esconde e desfigura o que Jesus pensava e viveu.
Nós temos que voltar para Jesus. Na sua Igreja há necessidade de homens e mulheres que estejam dispostos a perdoar como ele, introduzindo entre nós o seu gesto de perdão em toda a sua gratuidade e grandeza. É o que melhor faz brilhar o rosto de Cristo na Igreja.
24 Tempo Comum – A
(Mateus 18:21-35)
17 de setembro
José Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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