“A ninguém na terra chamem ‘pai’, porque vocês só têm um Pai, aquele que está nos céus. Tampouco vocês devem ser chamados ‘chefes’, porquanto vocês têm um só Chefe, o Cristo. O maior entre vocês deverá ser servo. Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.” Mt 23,9-12
Hoje temos uma boa reflexão, muito adequada para os dias de hoje, que se basea no texto bíblico Mateus 23,1-12 (Jesus e a hipocrisia farisáica). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
02 Novembro 2023
Contribuir para a conversão da Igreja
São muitos os que se distanciaram da fé, escandalizados ou decepcionados com as ações de uma Igreja que, segundo eles, não é fiel ao evangelho ou não age de forma coerente com o que prega. Jesus também criticou fortemente os líderes religiosos: “Eles não fazem o que dizem”. Só que Jesus não parou por aí. Ele continuou buscando e chamando a todos para uma vida mais digna e responsável diante de Deus.
Ao longo dos anos, também pude ver, mesmo de perto, ações da Igreja que não são muito coerentes com o evangelho. Às vezes me escandalizaram, outras vezes me machucaram, quase sempre me encheram de tristeza. Hoje, porém, compreendo melhor do que nunca que a mediocridade da Igreja não justifica a mediocridade da minha fé.
A Igreja terá que mudar muito, mas o importante é que cada um de nós reacende a nossa fé; que aprendamos a acreditar de forma diferente; que não vivamos fugindo de Deus; que sigamos honestamente os apelos da nossa própria consciência; que a nossa a maneira de olhar mude a vida; que descubramos o essencial do evangelho e o vivamos com alegria.
A Igreja terá de superar a sua inércia e os seus medos para incorporar o evangelho na sociedade moderna, mas cada um de nós deve descobrir que hoje podemos seguir a Cristo com mais verdade do que nunca, sem falsos apoios sociais e sem rotinas religiosas. Cada um de nós deve aprender a viver o trabalho e a festa, a atividade e o silêncio de uma forma mais evangélica, sem nos deixarmos modelar pela sociedade e sem perder a nossa identidade cristã na frivolidade moderna.
A Igreja deverá rever minuciosamente a sua fidelidade a Cristo, mas cada um de nós deverá verificar a qualidade da nossa adesão a Ele. Cada um de nós deve cuidar da nossa fé no Deus revelado em Jesus. Os pecados e as misérias da instituição eclesial não me isentam nem me isentam de responsabilidade de nada. A decisão de me abrir a Deus ou rejeitá-lo é somente minha.
A Igreja terá de despertar a sua confiança e libertar-se da covardia e das memórias que a impedem de espalhar a esperança no mundo de hoje, mas cada um de nós é responsável pela nossa alegria interior. Cada um de nós deve alimentar a nossa esperança indo à verdadeira fonte.
31 Tempo Comum – A
(Mateus 23,1-12)
5 de novembro
José Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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