“Por fim veio o que tinha recebido um talento e disse: ‘Eu sabia que o senhor é um homem severo, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou. Por isso, tive medo, saí e escondi o seu talento no chão. Veja, aqui está o que lhe pertence’. O senhor respondeu: ‘Servo mau e negligente! Você sabia que eu colho onde não plantei e junto onde não semeei? Então você devia ter confiado o meu dinheiro aos banqueiros, para que, quando eu voltasse, o recebesse de volta com juros. ‘Tirem o talento dele e entreguem-no ao que tem dez’. (Mt 25:24-28)
Hoje temos uma ótima reflexão, que se basea no texto bíblico Mateus 25,14-30 (A parábola dos talentos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
19 de novembro de 2023
NÃO ENTERRAR A VIDA
A parábola dos talentos é certamente uma das mais conhecidas. Antes de partir em viagem, um homem confia seus bens a três empregados. Os dois primeiros imediatamente começam a trabalhar. Quando o homem retorna, eles lhe apresentam os resultados: ambos dobraram os talentos recebidos. Os seus esforços são recompensados com generosidade, pois souberam responder às expectativas do seu mestre.
As ações do terceiro funcionário são estranhas. A única coisa que ele consegue pensar é “esconder no subsolo” o talento recebido e mantê-lo seguro até o fim. Quando o mestre chega, ele o entrega pensando que respondeu fielmente aos seus desejos: “Aqui está o seu”. O Senhor o condena. Esse funcionário “negligente e preguiçoso” não entendeu nada. Ele só pensou em sua segurança.
A mensagem de Jesus é clara. Não ao conservadorismo, sim à criatividade. Não à vida estéril, sim à resposta ativa a Deus. Não à obsessão pela segurança, mas ao esforço arriscado para transformar o mundo. Não à fé enterrada na conformidade, mas ao seguimento comprometido de Jesus.
É muito tentador viver sempre evitando os problemas e buscando a paz de espírito: não nos comprometermos com nada que possa complicar a nossa vida, defender o nosso pequeno bem-estar. Não há melhor maneira de viver uma vida estéril, pequena e sem horizonte.
A mesma coisa acontece na vida cristã. Nosso maior risco não é nos desviarmos dos esquemas habituais e cairmos em inovações exageradas, mas sim congelarmos a nossa fé e extinguirmos o frescor do evangelho. Temos que nos perguntar o que semeamos na sociedade, a quem espalhamos esperança, onde aliviamos o sofrimento.
Seria um erro apresentar-nos diante de Deus com a atitude do terceiro servo: “Aqui está o seu. Aqui está o seu evangelho, o projeto do seu reino, a sua mensagem de amor aos que sofrem. Nós o preservamos fielmente. Não serviu para transformar as nossas vidas ou para apresentar o seu reino ao mundo. Não queríamos correr riscos. Mas aqui você tem tudo intacto.
33 Tempo Comum – A
(Mateus 25,14-30)
19 de novembro
José Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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