Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

domingo, 19 de novembro de 2023

“Não enterrar a vida”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

“Por fim veio o que tinha recebido um talento e disse: ‘Eu sabia que o senhor é um homem severo, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou. Por isso, tive medo, saí e escondi o seu talento no chão. Veja, aqui está o que lhe pertence’. O senhor respondeu: ‘Servo mau e negligente! Você sabia que eu colho onde não plantei e junto onde não semeei? Então você devia ter confiado o meu dinheiro aos banqueiros, para que, quando eu voltasse, o recebesse de volta com juros. ‘Tirem o talento dele e entreguem-no ao que tem dez’. (Mt 25:24-28)

Hoje temos uma ótima reflexão, que se basea no texto bíblico Mateus 25,14-30 (A parábola dos talentos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

19 de novembro de 2023

NÃO ENTERRAR A VIDA

A parábola dos talentos é certamente uma das mais conhecidas. Antes de partir em viagem, um homem confia seus bens a três empregados. Os dois primeiros imediatamente começam a trabalhar. Quando o homem retorna, eles lhe apresentam os resultados: ambos dobraram os talentos recebidos. Os seus esforços são recompensados ​​com generosidade, pois souberam responder às expectativas do seu mestre.

As ações do terceiro funcionário são estranhas. A única coisa que ele consegue pensar é “esconder no subsolo” o talento recebido e mantê-lo seguro até o fim. Quando o mestre chega, ele o entrega pensando que respondeu fielmente aos seus desejos: “Aqui está o seu”. O Senhor o condena. Esse funcionário “negligente e preguiçoso” não entendeu nada. Ele só pensou em sua segurança.

A mensagem de Jesus é clara. Não ao conservadorismo, sim à criatividade. Não à vida estéril, sim à resposta ativa a Deus. Não à obsessão pela segurança, mas ao esforço arriscado para transformar o mundo. Não à fé enterrada na conformidade, mas ao seguimento comprometido de Jesus.

É muito tentador viver sempre evitando os problemas e buscando a paz de espírito: não nos comprometermos com nada que possa complicar a nossa vida, defender o nosso pequeno bem-estar. Não há melhor maneira de viver uma vida estéril, pequena e sem horizonte.

A mesma coisa acontece na vida cristã. Nosso maior risco não é nos desviarmos dos esquemas habituais e cairmos em inovações exageradas, mas sim congelarmos a nossa fé e extinguirmos o frescor do evangelho. Temos que nos perguntar o que semeamos na sociedade, a quem espalhamos esperança, onde aliviamos o sofrimento.

Seria um erro apresentar-nos diante de Deus com a atitude do terceiro servo: “Aqui está o seu. Aqui está o seu evangelho, o projeto do seu reino, a sua mensagem de amor aos que sofrem. Nós o preservamos fielmente. Não serviu para transformar as nossas vidas ou para apresentar o seu reino ao mundo. Não queríamos correr riscos. Mas aqui você tem tudo intacto.

33 Tempo Comum – A

(Mateus 25,14-30)

19 de novembro

José Antonio Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook

Nenhum comentário:

Postar um comentário