“E, olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porquanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe.” (Mc 3,34-35)
Abaixo, uma linda reflexão, muito atual, que tem como base o texto bíblico Marcos 3,20-35 (Quem faz a vontade de Deus). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
Vale a pena conferir!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
06 de junho de 2024
A FORÇA DE CURA DO ESPÍRITO
O homem contemporâneo habitua-se a viver sem responder à questão mais vital da sua vida: porquê e para que viver. O grave é que, quando a pessoa perde todo contato com a própria interioridade e mistério, a vida cai na trivialidade e no sentimento.
Vivemos então de impressões, na superfície das coisas e dos acontecimentos, desenvolvendo apenas a aparência da vida. Esta banalização da vida é provavelmente a raiz mais importante da descrença de muitos.
Quando o ser humano vive sem interioridade, perde o respeito pela vida, pelas pessoas e pelas coisas. Mas, acima de tudo, somos incapazes de “escutar” o mistério que se esconde nas profundezas da existência.
O homem de hoje resiste à profundidade. Ele não está disposto a cuidar de sua vida interior. Mas ele começa a se sentir insatisfeito: sente que precisa de algo que a vida cotidiana não lhe proporciona. Nessa insatisfação pode estar o início da sua salvação.
O grande teólogo Paul Tillich disse que somente o Espírito pode nos ajudar a redescobrir “o caminho das profundezas”. Pelo contrário, pecar contra o Espírito Santo seria “carregar o nosso pecado para sempre”.
O Espírito pode despertar em nós o desejo de lutar por algo mais nobre e melhor do que as coisas triviais do dia a dia. Pode nos dar a audácia necessária para iniciar o trabalho interior dentro de nós mesmos.
O Espírito pode trazer uma alegria diferente aos nossos corações; pode animar a nossa vida envelhecida; Pode despertar em nós o amor mesmo por aqueles por quem hoje não sentimos o menor interesse.
O Espírito é “uma força que atua em nós e que não é nossa”. É o próprio Deus inspirando e transformando nossas vidas. Ninguém pode dizer que não é habitado por esse Espírito. O importante é não apagá-lo, atiçar o seu fogo, fazê-lo arder, purificando e renovando a nossa vida. Talvez devêssemos começar invocando a Deus com o salmista: “Não retires de mim o teu Espírito”.
10 Tempo Comum – B
(Marcos 3:20-35)
9 de junho
José Antonio Pagola
Fonte:Facebook
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