Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 21 de junho de 2024

“Mêdo de acreditar”. – Reflexão de José Antonio Pagola

 

“E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Silêncio! Cala-te!. E cessou o vento e seguiu-se grande bonança.

Ele disse-lhes: Como sois medrosos! Ainda não tendes fé?.  (Mc 4, 39-40)

Hoje temos uma boa reflexão, baseada no texto bíblico Mc 4,35-40 (Jesus acalma a tempestade). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

 

José Antonio Pagola

20 Junho 2024

MÊDO DE ACREDITAR

Os homens quase sempre preferem o que é fácil e passamos a vida tentando evitar o que exige risco e sacrifício reais. Recuamos ou nos trancamos na passividade quando descobrimos as demandas e lutas que acompanham a vida com certa profundidade.

Temos medo de levar a nossa vida a sério, assumindo a nossa própria existência com total responsabilidade. É mais fácil “instalar-se” e “continuar”, sem ousar enfrentar o sentido último da nossa vida cotidiana.

Quantos homens e mulheres vivem sem saber como, porquê ou onde. Eles estão ali. A vida continua, mas, por enquanto, não deixamos ninguém nos incomodar. Estamos ocupados com o trabalho, o programa de televisão nos espera à noite, as férias se aproximam. O que mais há para procurar?

Vivemos tempos difíceis e de alguma forma temos que nos defender. E então cada um de nós procura, com maior ou menor esforço, o tranquilizante que mais lhe convém, embora se abra dentro de nós um vazio cada vez mais imenso de falta de sentido e de covardia para viver a nossa existência em toda a sua profundidade.

Portanto, aqueles de nós que facilmente se dizem crentes devem ouvir sinceramente as palavras de Jesus: “Por que vocês são tão covardes?

Vocês ainda não tem fé?” Talvez o nosso maior pecado contra a fé, o que bloqueia mais seriamente a nossa aceitação do evangelho, seja a covardia. Vamos dizer isso honestamente. Não ousamos levar a sério tudo o que o evangelho significa. Temos medo de ouvir os chamados de Jesus.

Muitas vezes é uma covardia oculta, quase inconsciente. Alguém falou da “heresia disfarçada” (Maurice Bellet) daqueles que defendem o cristianismo até de forma agressiva, mas nunca se abrem às exigências mais fundamentais do Evangelho.

Então o Cristianismo corre o risco de se tornar apenas mais um tranquilizante. Um conglomerado de coisas que devem ser acreditadas, coisas que devem ser praticadas e defendidas. Coisas que, “tomadas na sua medida”, fazem bem e ajudam a viver.

Mas então tudo pode ser falsificado. Pode-se viver a “própria religião tranquilizadora”, não muito distante do paganismo vulgar, que se alimenta de conforto, dinheiro e sexo, evitando de mil maneiras o “perigo supremo” de encontrar o Deus vivo de Jesus, que nos chama à justiça, fraternidade e proximidade com os pobres.

12 Tempo Comum – B

(Marcos 4:35-40)

23 de junho

José Antonio Pagola

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Fonte: Facebook

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