Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 5 de abril de 2025

“Amigo da Mulher”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

Considero que todas as reflexões que trago para este blog Indagações-Zapytania trazem uma interpretação interessante e uma visão autêntica e realista das mensagens contidas nos textos da Bíblia. Tenho muito aprazo pelos autores, cujos textos apresento aqui.

A Palavra das Escrituras é o caminho para a libertação do ser humano como filho de Deus, mostrando-lhe o seu valor e a sua dignidade. A Palavra de Deus nunca deve ser usada para formular a desinformação ou para fomentar ingenuidade, hipocrisia ou falsidade.

Essa é a ideia princiapal deste blog: apresentar boas reflexões e com elas encontrar os esclarecimentos que possam nos ajudar a alcançar respostas melhores para as indagações que nos inquietam. Espero que, pelo menos em parte, as postagens deste blog cumpram o seu objetivo.         

 (WCejnog)

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“Então Jesus pôs-se em pé e perguntou-lhe: Mulher, onde estão eles? Ninguém a condenou? Ninguém, Senhor, disse ela.
Declarou Jesus: Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado. “ (Jo 8, 10-11)

Hoje temos uma excelente reflexão, que tem como base o texto bíblico Jo 8, 1-11 (Jesus não condena e ensina a não condenar). O texto é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

Foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena conferir!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

02 Abril 2025

AMIGO DA MULHER

É surpreendente ver Jesus rodeado de tantas mulheres: amigas queridas como Maria Madalena ou as irmãs Marta e Maria de Betânia. Seguidoras fiéis como Salomé, mãe de uma família de pescadores. Mulheres doentes, prostitutas de aldeia... Nada de semelhante se diz sobre qualquer profeta.

O que encontraram as mulheres nele? Porque é que ele as atraiu tanto? A resposta oferecida pelas histórias evangélicas é clara. Jesus olha para elas com olhos diferentes. Trata-as com uma ternura desconhecida, defende a sua dignidade, acolhe-as como discípulas. Ninguém as tratou assim.

As pessoas viam-nas como uma fonte de impureza ritual. Quebrando tabus e preconceitos, Jesus aproxima-se delas sem medo, aceita-as à sua mesa e até se deixa acariciar por uma prostituta agradecida.

A sociedade considerava-as ocasião e fonte de pecado; desde a infância que os homens foram alertados para não caírem nas artes da sedução. Jesus, porém, sublinha a responsabilidade dos homens: “Todo aquele que olha para uma mulher com desejo sexual já cometeu adultério no seu coração”.

A sua reação é compreensível quando se depara com uma mulher apanhada em adultério, e a intenção era apedrejá-la. Ninguém fala do homem. Foi isso que sempre acontecia naquela sociedade machista. A mulher era condenada porque desonrou a família e o homem é facilmente desculpabilizado.

Jesus não apoia esta hipocrisia social construída pelo domínio dos homens. Com admirável simplicidade e coragem, coloca a verdade, a justiça e a compaixão: “Quem está sem pecado, que atire a primeira pedra”. Os acusadores recuam envergonhados. Sabem que são os maiores responsáveis ​​pelos adultérios que havia naquela sociedade.

Jesus dirige-se àquela mulher humilhada com ternura e respeito: “Nem eu te condeno”. Vá, continue a caminhar na sua vida e, “de hoje em diante, não peque mais”. Jesus confia nela, deseja-lhe o melhor e encoraja-a a não pecar. Mas nenhuma condenação sairá dos seus lábios.

Quem nos ensinará a olhar para as mulheres hoje com os olhos de Jesus? Quem introduzirá a verdade, a justiça e a defesa das mulheres ao estilo de Jesus na Igreja e na sociedade?

5 Quaresma – C

(João 8:1-11)

6 de abril

José António Pagola

goodnews@ppc-editorial.com

 

Fonte: Facebook

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