Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 26 de abril de 2025

“Abrir as portas”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco.” (Jo 20,19)

Hoje podemos usufruir de uma importante e bem atual reflexão, que tem como base o texto bíblico João 20,19-32 (Jesus ressuscitado aparece aos discípulos). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José António Pagola

25 de abril de 2025

ABRIR AS PORTAS

O evangelho de João revela com traços obscuros a situação da comunidade cristã quando no seu centro falta Cristo ressuscitado.Sem a sua presença viva, a Igreja torna-se um grupo de homens e mulheres que vivem "numa casa com portas fechadas “por medo dos judeus".

Com as "portas fechadas" não se pode ouvir o que se passa lá fora. Não é possível captar a ação do Espírito no mundo. Não abrem espaços de encontro e diálogo com ninguém. A confiança no ser humano é desligada e crescem as dúvidas e preconceitos. Mas uma Igreja sem capacidade de dialogar é uma tragédia, pois nós seguidores de Jesus somos chamados a atualizar hoje o eterno diálogo de Deus com o ser humano.

O “medo” pode paralisar a evangelização e bloquear as nossas melhores energias. O medo nos leva a rejeitar e condenar. Com medo não é possível amar o mundo. Mas se não o amamos, não estamos olhando para ele como Deus olha para ele. E se não o olharmos com os olhos de Deus, como comunicaremos a Sua Boa Notícia?

Se vivermos com as portas fechadas, quem sairá do rebanho para procurar as ovelhas perdidas? Quem se atreverá a tocar em algum leproso excluído? Quem vai sentar à mesa com pecadores ou prostitutas? Quem se aproxima dos esquecidos pela religião? Aqueles que querem buscar o Deus de Jesus nos encontrarão com as portas fechadas.

Nossa primeira tarefa é deixar o Ressuscitado entrar através de tantas barreiras que levantamos para nos defendermos do medo. Que Jesus ocupe o centro de nossas igrejas, grupos e comunidades. Que somente ele seja fonte de vida, alegria e paz. Ninguém ocupe o lugar dele. Ninguém se apropie da sua mensagem. Ninguém imponha um estilo diferente ao seu.

Já não temos o poder de outros tempos. Sentimos a hostilidade e a rejeição em nosso ambiente. Nós somos frágeis. Precisamos mais do que nunca nos abrir ao sopro do Ressuscitado para acolher o seu Espírito Santo.

2 Páscoa – C

(João 20:19-32)

27 de abril

Fonte: Facebook 

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