Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 24 de maio de 2025

“Não importa”. – Reflexão de José Antonio Pagola.

 

“Respondeu Jesus: "Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele”. (Jo 14, 23)

 

Abaixo, uma reflexão muito atual, que tem como base o texto bíblico João 14,23-29 (Amar Jesus é aobedecer à sua Palavra). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.

Vale a pena ler!

WCejnóg

Por José Antonio Pagola

21 Maio 2025

NÃO IMPORTA

O pluralismo é um fato inegável. Pode-se até dizer que é um dos traços mais característicos da sociedade moderna. Aquele mundo monolítico de alguns anos atrás se estilhaçou em mil pedaços. Hoje coexistem entre nós todos os tipos de posições, ideias e valores.

Esse pluralismo não é apenas um fato. É um dos poucos dogmas da nossa cultura. Hoje tudo pode ser discutido. Tudo, exceto o direito de todos de pensar como bem entenderem e de serem respeitados pelo que pensam. Certamente, esse pluralismo pode nos encorajar a buscar o diálogo responsável e a confrontar posições. Mas também pode nos levar a sérios contratempos.

De fato, muitos estão caindo no relativismo total. Não faz diferença alguma. Como diz o sociólogo francês G. Lipovetsky, "vivemos na era dos sentimentos". Não há mais verdade ou mentira, beleza ou feiura. Nada é bom ou ruim. Vivemos de impressões, e cada um pensa o que quer e faz o que sente vontade.

Neste clima de relativismo, chegam-se a situações verdadeiramente decadentes. As crenças mais bizarras são defendidas sem o menor rigor. O objetivo é resolver as questões mais vitais enfrentadas pelos seres humanos por meio de quatro tópicos. A. Finkielkraut quer dizer algo quando afirma que "a barbárie está tomando conta da cultura".

A pergunta é inevitável. Tudo isso pode ser chamado de "progresso"? É bom para o indivíduo e para a humanidade encher a mente com qualquer ideia ou encher o coração com qualquer crença, renunciando a uma busca honesta por maior verdade, bondade e significado na existência?

Os cristãos de hoje são chamados a viver a sua fé numa atitude de busca responsável e partilhada. Não importa o que você pensa sobre a vida. Devemos continuar buscando a verdade suprema sobre os seres humanos, que está longe de ser explicada satisfatoriamente por teorias científicas, sistemas psicológicos ou visões ideológicas.

O cristão também é chamado a viver curando essa cultura. Ganhar dinheiro sem escrúpulos não é o mesmo que prestar um serviço público honestamente, nem gritar a favor do terrorismo é o mesmo que defender os direitos de cada pessoa. Aborto não é o mesmo que abraçar a vida, nem "fazer amor" é de forma alguma o mesmo que amar verdadeiramente o outro. Ignorar os necessitados não é o mesmo que lutar por seus direitos. O primeiro é ruim e prejudica os seres humanos. O segundo é cheio de esperança e promessa.

Mesmo em meio ao pluralismo atual, as palavras de Jesus continuam a ressoar: "Quem me ama guardará a minha palavra, e meu Pai o amará".

6 Páscoa – C

(João 14:23-29)

25 de maio

José Antonio Pagola

buenasnoticias@ppc-editorial.com

Fonte: Facebook 

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