“Respondeu Jesus: "Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele”. (Jo 14, 23)
Abaixo, uma reflexão muito atual, que tem como base o texto bíblico João 14,23-29 (Amar Jesus é aobedecer à sua Palavra). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. O texto foi publicado pelo autor na sua página no Facebook.
Vale a pena ler!
WCejnóg
Por José Antonio Pagola
21 Maio 2025
NÃO IMPORTA
O pluralismo é um fato inegável. Pode-se até dizer que é um dos traços mais característicos da sociedade moderna. Aquele mundo monolítico de alguns anos atrás se estilhaçou em mil pedaços. Hoje coexistem entre nós todos os tipos de posições, ideias e valores.
Esse pluralismo não é apenas um fato. É um dos poucos dogmas da nossa cultura. Hoje tudo pode ser discutido. Tudo, exceto o direito de todos de pensar como bem entenderem e de serem respeitados pelo que pensam. Certamente, esse pluralismo pode nos encorajar a buscar o diálogo responsável e a confrontar posições. Mas também pode nos levar a sérios contratempos.
De fato, muitos estão caindo no relativismo total. Não faz diferença alguma. Como diz o sociólogo francês G. Lipovetsky, "vivemos na era dos sentimentos". Não há mais verdade ou mentira, beleza ou feiura. Nada é bom ou ruim. Vivemos de impressões, e cada um pensa o que quer e faz o que sente vontade.
Neste clima de relativismo, chegam-se a situações verdadeiramente decadentes. As crenças mais bizarras são defendidas sem o menor rigor. O objetivo é resolver as questões mais vitais enfrentadas pelos seres humanos por meio de quatro tópicos. A. Finkielkraut quer dizer algo quando afirma que "a barbárie está tomando conta da cultura".
A pergunta é inevitável. Tudo isso pode ser chamado de "progresso"? É bom para o indivíduo e para a humanidade encher a mente com qualquer ideia ou encher o coração com qualquer crença, renunciando a uma busca honesta por maior verdade, bondade e significado na existência?
Os cristãos de hoje são chamados a viver a sua fé numa atitude de busca responsável e partilhada. Não importa o que você pensa sobre a vida. Devemos continuar buscando a verdade suprema sobre os seres humanos, que está longe de ser explicada satisfatoriamente por teorias científicas, sistemas psicológicos ou visões ideológicas.
O cristão também é chamado a viver curando essa cultura. Ganhar dinheiro sem escrúpulos não é o mesmo que prestar um serviço público honestamente, nem gritar a favor do terrorismo é o mesmo que defender os direitos de cada pessoa. Aborto não é o mesmo que abraçar a vida, nem "fazer amor" é de forma alguma o mesmo que amar verdadeiramente o outro. Ignorar os necessitados não é o mesmo que lutar por seus direitos. O primeiro é ruim e prejudica os seres humanos. O segundo é cheio de esperança e promessa.
Mesmo em meio ao pluralismo atual, as palavras de Jesus continuam a ressoar: "Quem me ama guardará a minha palavra, e meu Pai o amará".
6 Páscoa – C
(João 14:23-29)
25 de maio
José Antonio Pagola
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Fonte: Facebook
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