Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 15 de fevereiro de 2014

“Não à guerra entre nós” – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!


Digo-vos, pois, se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus”. (Mt,5, 20)

Palavras de Jesus são bem claras, objetivas e exigentes. São palavras “conhecidas” por todos os cristãos... Mas, será que essas palavras são levadas a sério pelas pessoas que dizem acreditarem em Cristo? Não é difícil encontrar cristãos que defendem guerras, o uso de armas, extermínio de povos indígenas, apoiando o aborto, a eutanásia, a liberação de drogas, praticando a corrupção etc. Não é difícil perceber aqui uma incoerência gritante! 
Quais seriam as causas? - Frutos de doutrinas relativistas? Acomodação? Hipocrisia?

Abaixo, uma reflexão curta mas muito concreta e oportuna para os tempos de hoje,  do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU – Notícias
Sexta, 14 de fevereiro de 2014.

Não à guerra entre nós

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo  Mateus 5, 17-37 que corresponde ao Sexto Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.


Eis o texto

Os judeus falavam com orgulho da Lei de Moisés. Segundo a tradição, foi mesmo Deus quem a ofereceu ao Seu povo. Era o melhor que tinham recebido Dele. Nessa Lei apresenta-se a vontade do único Deus verdadeiro. Aí podem encontrar tudo o que necessitam para ser fiéis a Deus.

Também para Jesus a Lei é importante, mas já não ocupa o lugar central. Ele vive e comunica outra experiência: está a chegar o reino de Deus; o Pai procura abrir o caminho entre nós para fazer um mundo mais humano. Não basta ficarmos com cumprir a Lei de Moisés. É necessário abrir-nos ao Pai e colaborar com Ele para fazer uma vida mais justa e fraterna.

Por isso, segundo Jesus, não basta cumprir a lei que ordena “Não matarás”. É necessário, também, arrancar da nossa vida a agressividade, o desprezo pelo outro, os insultos ou as vinganças. Aquele que não mata, cumpre a lei, mas se não se liberta da violência, no seu coração não reina todavia esse Deus que procura construir conosco uma vida mais humana.

Segundo alguns observadores, está-se a estender na sociedade atual uma linguagem que reflete o crescimento da agressividade. Cada vez são mais frequentes os insultos ofensivos proferidos só para humilhar, desprezar e ferir. Palavras nascidas da rejeição, do ressentimento, do ódio ou da vingança.

Por outra lado, as conversações estão frequentemente tecidas de palavras injustas que distribuem condenações e semeiam suspeitas. Palavras ditas sem amor e sem respeito, que envenenam a convivência e fazem mal. Palavras nascidas quase sempre da irritação, da mesquinhez ou da baixeza.

Não é este um fato que se dê só na convivência social. É também um grave problema na Igreja atual. O Papa Francisco sofre ao ver divisões, conflitos e confrontos de “cristãos em guerra contra outros cristãos”. É um estado de coisas tão contrário ao Evangelho que sentiu a necessidade de dirigir-nos uma chamada urgente: “Não à guerra entre nós”.

Assim fala o Papa: “Doí-me comprovar como em algumas comunidades cristãs, e mesmo entre pessoas consagradas, consentimos diversas formas de ódios, calunias, difamações, vinganças, ciúmes, desejos de impor as próprias ideias à custa de qualquer coisa, e até de perseguições que parecem uma implacável caça às bruxas. A quem vamos evangelizar com estes comportamentos?”. O Papa quer trabalhar por uma Igreja em que “todos podem admirar como vos cuidais uns aos outros, como vos dais alento mutuamente e como vos acompanhais”.




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