“Digo-vos, pois,
se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no
Reino dos céus”. (Mt,5, 20)
Palavras de Jesus são bem claras, objetivas e exigentes. São palavras “conhecidas”
por todos os cristãos... Mas, será que essas palavras são levadas a sério pelas
pessoas que dizem acreditarem em Cristo? Não é difícil encontrar cristãos que
defendem guerras, o uso de armas, extermínio de povos indígenas, apoiando o
aborto, a eutanásia, a liberação de drogas, praticando a corrupção etc. Não é
difícil perceber aqui uma incoerência gritante!
Quais seriam as causas? - Frutos de doutrinas relativistas? Acomodação? Hipocrisia?
Quais seriam as causas? - Frutos de doutrinas relativistas? Acomodação? Hipocrisia?
Abaixo, uma reflexão curta mas muito concreta
e oportuna para os tempos de hoje, do
padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola. Foi publicada no site do
Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU – Notícias
Sexta, 14 de
fevereiro de 2014.
Não à guerra
entre nós
A
leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo
Mateus 5, 17-37 que corresponde ao
Sexto Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José
Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
Os
judeus falavam com orgulho da Lei de Moisés. Segundo a tradição,
foi mesmo Deus quem a ofereceu ao Seu povo. Era o melhor que tinham recebido
Dele. Nessa Lei apresenta-se a vontade do único Deus verdadeiro. Aí podem
encontrar tudo o que necessitam para ser fiéis a Deus.
Também
para Jesus a Lei é importante, mas já não ocupa o lugar central. Ele vive e
comunica outra experiência: está a chegar o reino de Deus; o Pai procura abrir
o caminho entre nós para fazer um mundo mais humano. Não basta
ficarmos com cumprir a Lei de Moisés. É necessário abrir-nos ao
Pai e colaborar com Ele para fazer uma vida mais justa e fraterna.
Por
isso, segundo Jesus, não basta cumprir a lei que ordena “Não matarás”.
É necessário, também, arrancar da nossa vida a agressividade, o desprezo pelo
outro, os insultos ou as vinganças. Aquele que não mata, cumpre a lei, mas se
não se liberta da violência, no seu coração não reina todavia esse Deus que
procura construir conosco uma vida mais humana.
Segundo
alguns observadores, está-se a estender na sociedade atual uma linguagem
que reflete o crescimento da agressividade. Cada vez são mais
frequentes os insultos ofensivos proferidos só para humilhar, desprezar e
ferir. Palavras nascidas da rejeição, do ressentimento, do ódio ou da vingança.
Por
outra lado, as conversações estão frequentemente tecidas de palavras injustas que
distribuem condenações e semeiam suspeitas. Palavras ditas sem
amor e sem respeito, que envenenam a convivência e fazem mal. Palavras nascidas
quase sempre da irritação, da mesquinhez ou da baixeza.
Não
é este um fato que se dê só na convivência social. É também um grave problema
na Igreja atual. O Papa Francisco sofre ao ver
divisões, conflitos e confrontos de “cristãos em guerra contra outros
cristãos”. É um estado de coisas tão contrário ao Evangelho que sentiu a necessidade
de dirigir-nos uma chamada urgente: “Não à guerra entre nós”.
Assim
fala o Papa: “Doí-me comprovar como em algumas comunidades cristãs, e mesmo
entre pessoas consagradas, consentimos diversas formas de ódios, calunias,
difamações, vinganças, ciúmes, desejos de impor as próprias ideias à custa de
qualquer coisa, e até de perseguições que parecem uma implacável
caça às bruxas. A quem vamos evangelizar com estes
comportamentos?”. O Papa quer trabalhar por uma Igreja em que “todos podem
admirar como vos cuidais uns aos outros, como vos dais alento mutuamente e como
vos acompanhais”.
Fonte: IHU - Notícias
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