O comentário
bíblico de M. Asun Gutiérrez Cabriada sobre o texto Mt 5, 17-37 (faz parte do sermão da montanha) é
muito interessante e esclarecedor. Vale a pena aproveitar a oportunidade e fazer uma proveitosa reflexão.
Não
deixe de ler.
WCejnog
O Sermão da
Montanha não é Lei mas sim Evangelho.
O Evangelho não é uma nova Lei, outros preceitos mais refinados,outra experiência mais elevada.
O Evangelho é Boa Notícia, convite.
Esta é a diferença entre a Lei e o Evangelho:
a Lei deixa o sujeito à mercê das suas próprias forças, impõe-lhe preceitos que tem de se esforçar em cumprir, ameaça-o, premeia-o, exige-lhe esforçar-se...;
O Evangelho coloca o ser humano perante o dom de Deus, fá-lo conhecer o Pai,
converte-o em filho, transforma-o por dentro...
E já não tem que dar-lhe ordens.
Disse-se aos antigos que Deus era juiz severo.
Jesus mostra o coração de Deus: como uma mãe.
É a revolução de Jesus.
Tão forte que talvez ainda não tenhamos entrado nela.
O Evangelho não é uma nova Lei, outros preceitos mais refinados,outra experiência mais elevada.
O Evangelho é Boa Notícia, convite.
Esta é a diferença entre a Lei e o Evangelho:
a Lei deixa o sujeito à mercê das suas próprias forças, impõe-lhe preceitos que tem de se esforçar em cumprir, ameaça-o, premeia-o, exige-lhe esforçar-se...;
O Evangelho coloca o ser humano perante o dom de Deus, fá-lo conhecer o Pai,
converte-o em filho, transforma-o por dentro...
E já não tem que dar-lhe ordens.
Disse-se aos antigos que Deus era juiz severo.
Jesus mostra o coração de Deus: como uma mãe.
É a revolução de Jesus.
Tão forte que talvez ainda não tenhamos entrado nela.
José Enrique Ruiz de Galarreta.
No tempo de Jesus era enorme o número de leis e tradições. Qualquer pessoa podia ser legalmente acusada e condenada.
As leis tinham-se convertido em motivos de inquietação e tortura moral e, muitas vezes, em instrumento de escravidão, tirania e fanatismo.
Tinham encoberto, suplantado e desfigurado o verdadeiro rosto do Deus do amor.
O texto evangélico, que pertence ao sermão da montanha, está situado nesse contexto. Para entender o texto, segundo Mateus, é necessário ter em conta a pluralidade da comunidade à qual se dirige,comunidade formada por pessoas cristãs de origem judaica e pessoas de origem pagã.
COMENTÁRIO
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
“Não penseis que vim revogar a Lei ou os
Profetas;
não vim revogar, mas completar.
Em verdade vos digo. Antes que passem
o céu e a
terra, não passará da Lei
a mais
pequena letra ou o mais pequeno sinal,
sem que tudo
se cumpra.
Portanto, se
alguém transgredir um só destes
mandamentos,
por mais pequenos que sejam,
e ensinar
assim aos homens, será
o menor no
reino dos Céus.
Mas aquele
que os praticar e ensinar
será grande
no reino dos Céus.
Jesus
não se apresenta como mais um legislador, que propõe umas leis mais perfeitas.
O que faz é proclamar uma nova forma de atuar, baseada no Evangelho, nas bem-aventuranças.
Trata-se de atuar segundo a mensagem evangélica, mais além da mera prática da
lei.
Jesus
supera a Lei antiga numa linha de maior profundidade e autenticidade.
Propõe viver a lei de modo diferente, a partir do seu espírito e não da letra.
Propõe viver a lei de modo diferente, a partir do seu espírito e não da letra.
Coloca-se
a relação entre evangelho e lei. Debate que voltará a colocar-se com frequência
ao longo da história.
Porque Eu
vos digo: se a vossa justiça
não superar
a dos escribas e fariseus,
não entrareis no reino dos Céus.
não entrareis no reino dos Céus.
A
difícil missão de Jesus foi denunciar a hipocrisia do legalismo e tirar o véu que
impedia conhecer, ver e amar a Deus e ao próximo. Denunciou a escravidão da
letra da lei; proclamou e viveu o ar fresco da liberdade do Espírito.
Continuam
a existir leis e normas que, em vez de ajudar a crescer como pessoas e como
cristãos, acabam por asfixiar e afastar as pessoas de si mesmas, dos outros e
de Deus. Hoje, como então, Jesus desperta-nos para nos fazer cair na conta de
que o que importa é a pessoa, que toda a lei deve estar ao serviço dela e do
evangelho e que, se oculta ou desvirtua o seu espírito, deve ser mudada ou
abolida.
Sempre foi e continua a
ser perigoso confundir evangelho e lei.
Ouvistes que
foi dito aos antigos:
‘Não
matarás; quem matar será
submetido a
julgamento’.
Eu, porém,
digo-vos: Todo aquele
que se irar
contra seu irmão
será
submetido a julgamento.
Quem chamar
imbecil a seu irmão
será
submetido ao Sinédrio,
e quem lhe
chamar louco
será
submetido à geena do fogo.
Jesus
fala-nos de potenciar a vida, à qual se opõe a injustiça, a pobreza, a
opressão.
A
pobreza é um atentado contra a vida. “Alimenta o que morre de fome, porque, se
não o alimentas, estás a matá-lo” (G.S. 69).
Também
o insulto, a ofensa, a injúria, a perseguição, a desqualificação, a falta de
respeito, o desprezo, vão matando pouco a pouco as pessoas.
Para não matar, há que
amar.
Portanto, se
fores apresentar a tua
oferta sobre
o altar e ali te recordares
que o teu
irmão tem alguma coisa contra ti,
deixa lá a
tua oferta diante do altar,
vai primeiro
reconciliar-te com o teu irmão
e vem depois apresentar a tua oferta.
Reconcilia-te com o teu adversário,
enquanto
vais com ele a caminho,
não seja o
caso que te entregue ao juiz,
o juiz ao
guarda, e sejas metido na prisão.
Em verdade
te digo: Não sairás de lá,
enquanto não
pagares o último cêntimo.
É
mais fácil e menos evangélico cumprir normas que comprometer-se e partilhar.
O
que Jesus pede não se consegue com a mera observação de leis e ritos, mas com a
boa relação com os outros.
”Se
te lembrares que o teu irmão tem algo contra ti”. A referência são os outros.
Para
Jesus, as pessoas e as suas necessidades são mais importantes que o sábado (Mc
2, 27) e a paz, o acolhimento, a harmonia, a solidariedade com os outros têm prioridade
sobre todo o ato de culto.
Não
se trata de não se vingar, mas de perdoar. Não é questão de não odiar, mas de
amar a todos. O espírito do sermão da montanha é sempre mais e melhor.
Ouvistes que
foi dito:
‘Não cometerás adultério?.
Eu, porém, digo-vos: Todo aquele
que olhar
para uma mulher desejando-a,
já cometeu
adultério com ela no seu coração.
Se o teu
olho é para ti ocasião de pecado,
arranca-o e lança-o para longe de ti,
pois é
melhor perder-se um dos teus
membros do
que todo o teu corpo ser
lançado na
geena.
E se a tua
mão direita é para ti ocasião
de pecado, corta-a e lança-a para longe de ti,
porque é
melhor que se perca
um só dos teus
membros
do que todo
o corpo ser lançado na geena.
Também foi
dito: ‘Quem repudiar sua mulher
dê-lhe
certidão de repúdio’.
Eu, porém,
digo-vos: Todo aquele
que repudiar
a sua mulher,
salvo em
caso de união ilegal,
fá-la
cometer adultério.
O
ideal a que se aspira é viver, desfrutar, testemunhar... um projeto de amor
crescente, incondicional, profundo, enriquecedor, para toda a vida.
E
compreender as pessoas que, por muitos motivos, não podem levá-lo a cabo.
Recordando que não nos corresponde, em nenhum caso, julgar nem condenar a
ninguém.
Ouvistes
ainda que foi dito aos antigos:
‘Não faltarás ao que tiveres jurado,
mas
cumprirás os teus juramentos
para com o
Senhor’.
Eu, porém,
digo-vos que não jureis
em caso
algum: nem pelo Céu,
que é o
trono de Deus; nem pela terra
que é o
escabelo de seus pés; nem por Jerusalém,
que é a
cidade do grande Rei.
Também não
jures pela tua cabeça,
porque não pode fazer branco ou preto
um só cabelo.
A vossa
linguagem deve ser:
‘Sim, sim; não, não’.
O que passa
disto vem do Maligno.
As
palavras de Jesus são sempre novas e libertadoras.
O
critério, para os cristãos, não é o que dizem ou fazem os outros, nem o que é
costume social, mas o que Jesus faz e diz, convidando-nos à verdade, à
transparência, à sinceridade, no nosso trato conosco mesmos e com os outros.
Utilizo
palavras, reflexo do meu sentimento, sinceras, construtivas, positivas,
conciliadoras, de ânimo, de apoio, de bênção com as pessoas com quem me
relaciono?
Escolhe amar em vez de
odiar,
criar em vez de destruir,
criar em vez de destruir,
louvar em vez de
criticar,
curar em vez de ferir,
atuar em vez de adiar,
crescer em vez de conservar,
partilhar em vez de armazenar,
semear em vez de colher,
viver em vez de morrer...
curar em vez de ferir,
atuar em vez de adiar,
crescer em vez de conservar,
partilhar em vez de armazenar,
semear em vez de colher,
viver em vez de morrer...
E saberás por que é que
a minha palavra
é palavra de vida
e o meu Evangelho é Boa Notícia;
porque de nada serve, mesmo que se esforce,
pôr num vestido velho um remendo de pano novo
e vinho novo em odres velhos.
é palavra de vida
e o meu Evangelho é Boa Notícia;
porque de nada serve, mesmo que se esforce,
pôr num vestido velho um remendo de pano novo
e vinho novo em odres velhos.
Pára já de sonhar em
saldos,
e não tentes comprar o Reino!
e não tentes comprar o Reino!
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