Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 16 de maio de 2015

Confiança e responsabilidade. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!



“Ide ao mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda a criação”. (Mc  16, 15)

Abaixo, uma reflexão pequena mas muito concreta e importante, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 16,15-20  (depois de cofiar aos discípulos a missão de anunciar o Evangelho ao mundo inteiro, Jesus é levado ao céu).
É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!

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IHU – Notícias
sexta, 15 de maio de 2015

Confiança e responsabilidade

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 16,15-20 que corresponde à Festa da Ascensão, Ciclo B, do Ano Litúrgico. 
O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Ao evangelho original de Marcos juntou-se em algum momento um apêndice onde se recolhe este mandato final de Jesus: “Ide ao mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda a criação”. O Evangelho não há de ficar no interior do pequeno grupo dos Seus discípulos. Eles devem sair e deslocar-se para alcançar o “mundo inteiro” e levar a Boa Nova a todas as pessoas, a “toda a criação”.

Sem dúvida, estas palavras eram ouvidas com entusiasmo quando os cristãos estavam em plena expansão e as suas comunidades se multiplicavam por todo o Império, mas  como escutá-las hoje quando nos vemos impotentes para reter a quem abandona as nossas igrejas porque não sentem já necessidade da nossa religião?

Em primeiro lugar é viver com base na confiança absoluta na ação de Deus. Foi o que Jesus nos ensinou. Deus continua a trabalhar com amor infinito o coração e a consciência de todos os Seus filhos e filhas, apesar de os considerarmos como “ovelhas perdidas”. Deus não está bloqueado por nenhuma crise.


Não está à espera que desde a Igreja coloquemos em marcha os nossos planos de restauração ou os nossos projetos de inovação. Ele continua a atuar na Igreja e fora da Igreja. Ninguém vive abandonado por Deus, mesmo que nunca tenha ouvido falar do Evangelho de Jesus.


Mas tudo isto não nos dispensa da nossa responsabilidade. Temos de começar a fazer-nos novas perguntas: Por quais caminhos anda Deus procurando os homens e mulheres da cultura moderna?  Como quer fazer presente ao homem e à mulher dos nossos dias a Boa Nova de Jesus?


Temos de nos perguntar, todavia, algo mais: Que chamadas está nos fazendo Deus para transformar a nossa forma tradicional de pensar, expressar, celebrar e encarnar a fé cristã de forma que propiciemos a ação de Deus no interior da cultura moderna?

 Não correremos o risco de nos convertermos, com a nossa inércia e imobilismo, num travão e obstáculo cultural para que o Evangelho se encarne na sociedade contemporânea?

Ninguém sabe como será a fé cristã no mundo novo que está emergindo, mas dificilmente será uma “clonagem” do passado. O Evangelho tem força para inaugurar um cristianismo novo.



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