Hoje, uma reflexão curta mas
muito concreta e importante. Como pano de fundo tem o texto bíblico Jo 15,1-8 (a videira e os
ramos). É de autoria do padre e teólogo
espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e refletir!
WCejnóg
IHU
- Notícias
Sexta, 01 de maio de
2015
Não desviar-nos de Jesus
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 15, 1-8 que
corresponde ao Quinto Domingo da Páscoa, Ciclo B, do Ano Litúrgico.
O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
A imagem é simples e de
grande força expressiva. Jesus é a “cepa verdadeira”, cheia de vida;
os discípulos são “ramos” que vivem da seiva que lhes chega de Jesus;
o Pai é o “vinhador” que cuida pessoalmente a vinha para que dê fruto
abundante. A única coisa importante é que se vá fazendo realidade o Seu projeto
de um mundo mais humano e feliz para todos.
A imagem realça onde
está o problema. Há ramos secos por onde não circula a seiva de Jesus. Discípulos
que não dão frutos porque não corre pelas suas veias o Espírito do
Ressuscitado. Comunidades cristãs que decaem desligadas da Sua pessoa.
Por isso se faz uma
afirmação carregada de intensidade: “o ramo não pode dar fruto se não
permanece na cepa”: a vida dos discípulos é estéril “se não permanecem” em
Jesus. As Suas palavras são categóricas: “Sem Mim não podeis fazer nada”. Não
se nos está revelando aqui a verdadeira raiz da crise do nosso cristianismo, o
fator interno que quebra o seu cimento como nenhum outro?
A forma como vivem a sua
religião muitos cristãos, sem uma união vital com Jesus Cristo, não subsistirá
por muito tempo: ficará reduzida a “folclore” anacrônico que
não levará a ninguém a Boa Notícia do Evangelho. A Igreja não poderá levar a cabo a sua missão
no mundo contemporâneo, se os que nos dizemos “cristãos” não nos convertermos
em discípulos de Jesus, animados pelo Seu espírito e a Sua paixão por um mundo
mais humano.
Ser cristão exige hoje
uma experiência vital de Jesus Cristo, um conhecimento interior da Sua pessoa e
uma paixão pelo Seu projeto, que não se requeriam para ser praticantes dentro
de uma sociedade de cristandade. Se não aprendemos a viver de um contato mais
imediato e apaixonado com Jesus, a decadência do nosso cristianismo
pode-se converter numa doença mortal.
Os cristãos, vivemos
hoje preocupados e distraídos por muitas questões. Não pode ser de outra forma.
Mas não temos de esquecer o essencial. Todos somos “ramos”. Só Jesus é
“a verdadeira cepa”. O decisivo nestes momentos é “permanecer Nele”:
aplicar toda a nossa atenção ao Evangelho; alimentar nos nossos grupos, redes,
comunidades e paróquias o contato vivo com Ele; não nos desviarmos do Seu
projeto.
Fonte: IHU - Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário