“O que vos
mando é que vos ameis uns aos outros”. (Jo 15,17)
Acho
todos os textos escritos por José Antonio Pagola bem interessantes e,
sobretudo, muito atuais para os católicos (e cristãos, de modo geral) nos dias
de hoje. Deveriam ser lidos e refletidos
por todos!
Abaixo, uma consistente e atual reflexão, que
tem como fundo o texto bíblico Jo 15, 9-17 (Os verdadeiros amigos de Jesus).
Foi publicada no site do Instituto Humanitas
Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
WCejnog
IHU - NOTÍCIAS
Sexta,
08 de maio de 2015
Não nos desviarmos do amor
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 15, 9-17 que
corresponde ao Sexto Domingo da Páscoa, Ciclo B, do Ano Litúrgico.
O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o
texto
O evangelista João
coloca na boca de Jesus um longo
discurso de despedida em que se recolhe com uma intensidade
especial alguns rasgos fundamentais que hão de recordar aos Seus discípulos ao
longo dos tempos, para ser fiéis à Sua pessoa e ao Seu projeto. Também nos
nossos dias.
«Permanecei no Meu
amor». É o primeiro. Não se trata só
de viver numa religião, mas de viver no amor com que nos ama Jesus,
o amor que recebe do Pai. Ser cristão não é em primeiro lugar um assunto
doutrinal, mas uma questão de amor. Ao longo dos séculos, os discípulos
conhecerão incertezas, conflitos e dificuldades de toda ordem. O importante
será sempre não desviar-se do amor.
Permanecer no amor de
Jesus não é algo teórico nem vazio de conteúdo. Consiste em «guardar os Seus
mandamentos», que Ele mesmo resume de seguida no mandato do amor fraterno:
«Este é Meu mandamento; que os ameis uns aos outros como Eu os amei». O cristão
encontra na sua religião muitos mandamentos. A sua origem, a sua natureza e a
sua importância são diversas e desiguais. Com o passar do tempo, as normas
multiplicam-se. Só do mandato do amor, diz Jesus: «Este mandato é o meu». Em qualquer época e situação, o decisivo
para o cristianismo é não sair do amor fraterno.
Jesus não apresenta este
mandato do amor como uma lei que há de reger a nossa vida fazendo-a mais dura e
pesada, mas como uma fonte de
alegria: «Digo-vos isto para que a Minha alegria esteja em
vós e a vossa alegria chegue à plenitude». Quando entre nós falta verdadeiro
amor, cria-se um vazio que nada nem ninguém pode encher de alegria.
Sem amor não é possível
dar passos em direção a um cristianismo mais aberto, cordial, alegre, simples e
amável onde possamos viver como “amigos” de Jesus, segundo a expressão evangélica.
Não saberemos como gerar alegria. Mesmo
sem querer, seguiremos cultivando um cristianismo triste, cheio de queixas,
ressentimentos, lamentos e pena.
Ao nosso cristianismo falta-lhe, com frequência, a
alegria do que se faz e se vive com amor. Falta
ao nosso seguimento de Jesus Cristo o entusiasmo da inovação, e sobra a
tristeza do que se repete sem a convicção de estar reproduzindo o que Jesus
quer de nós.
Fonte: IHU - Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário