Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 25 de junho de 2016

Sem instalar-se nem olhar para trás. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!


> Mas Jesus disse-lhe: “Aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o Reino de Deus”.< (Lc 9, 62)

Abaixo, uma bonita reflexão, muito concreta e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 9,51-62. É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de  ler!
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IHU – Notícias
Sexta, 24  de junho de 2016.

Sem instalar-se nem olhar para trás

Seguir Jesus é o coração da vida cristã. O essencial. Nada há mais importante ou decisivo. Precisamente por isso, Lucas descreve três pequenas cenas para que as comunidades que leem seu evangelho tomem consciência de que, aos olhos de Jesus, não pode haver nada de mais urgente e inadiável.
Jesus utiliza imagens duras e escandalosas. Observa-se que quer sacudir as consciências.

Não procura mais seguidores, mas seguidores mais comprometidos, que o sigam sem reservas, renunciando a falsas seguranças e assumindo as rupturas necessárias.

Suas palavras colocam no fundo uma só questão: que relação queremos estabelecer com Ele, aqueles que nos dizemos seus seguidores?

Primeira cena

Um dos que o acompanham sente-se tão atraído por Jesus que, antes que o chame, ele mesmo toma a iniciativa: «Irei seguir-te aonde quer que fores». Jesus faz-lhe tomar consciência do que está dizendo: «As raposas têm tocas, e os pássaros ninhos», mas ele «não tem onde repousar a cabeça».

Seguir Jesus é toda uma aventura. Ele não oferece aos seus segurança ou bem-estar. Não ajuda a ganhar dinheiro ou a adquirir poder. Seguir Jesus é «viver de caminho», sem instalarmos no bem-estar e sem procurar um falso refúgio na religião. Uma Igreja menos poderosa e mais vulnerável não é uma desgraça. É o melhor que pode nos acontecer para purificar a nossa fé e confiar mais em Jesus.

Segunda cena

Outro está disposto a segui-lo, mas pede-lhe para cumprir primeiro com a obrigação sagrada de «sepultar seu pai». A nenhum judeu pode estranhar, pois trata-se de uma das obrigações religiosas mais importantes. A resposta de Jesus é desconcertante: «Deixe que os mortos sepultem seus próprios mortos: você vai anunciar o reino de Deus».

Abrir caminhos ao Reino de Deus trabalhando por uma vida mais humana é sempre a tarefa mais urgente. Nada deve atrasar nossa decisão. Ninguém deve reter-nos ou travar-nos. Os «mortos», que não vivem a serviço do reino da vida, já se dedicaram a outras obrigações religiosas menos urgentes que o reino de Deus e da sua justiça.

Terceira cena


A um terceiro que quer despedir-se da sua família antes de segui-Lo, Jesus diz-lhe: «Quem põe a mão no arado e olha para trás não serve para o Reino de Deus». Não é possível seguir Jesus olhando para trás. Não é possível abrir caminhos para o reino de Deus ficando no passado. Trabalhar no projeto do Pai requer dedicação total, confiança no futuro de Deus e audácia para caminhar atrás dos passos de Jesus.



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