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Jesus disse-lhe: “Aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não é apto
para o Reino de Deus”.< (Lc 9, 62)
Abaixo, uma bonita reflexão,
muito concreta e bem atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 9,51-62. É de autoria do padre e
teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler!
WCejnóg
IHU – Notícias
Sexta, 24 de junho de 2016.
Sem instalar-se nem olhar para trás
Seguir Jesus é o coração da vida cristã. O
essencial. Nada há mais importante ou decisivo. Precisamente por isso, Lucas
descreve três pequenas cenas para que as comunidades que leem seu evangelho
tomem consciência de que, aos olhos de Jesus, não pode haver nada de mais
urgente e inadiável.
Jesus utiliza imagens duras e escandalosas.
Observa-se que quer sacudir as consciências.
Não procura mais seguidores, mas seguidores mais
comprometidos, que o sigam sem reservas, renunciando a falsas
seguranças e assumindo as rupturas necessárias.
Suas palavras colocam no fundo uma só
questão: que relação queremos estabelecer com Ele, aqueles que nos
dizemos seus seguidores?
Primeira cena
Um dos que o acompanham sente-se tão atraído por
Jesus que, antes que o chame, ele mesmo toma a iniciativa: «Irei
seguir-te aonde quer que fores». Jesus faz-lhe tomar consciência do que
está dizendo: «As raposas têm tocas, e os pássaros ninhos», mas ele «não tem
onde repousar a cabeça».
Seguir Jesus é toda uma aventura. Ele não oferece
aos seus segurança ou bem-estar. Não ajuda a ganhar dinheiro ou a adquirir
poder. Seguir Jesus é «viver de caminho», sem instalarmos no bem-estar e sem
procurar um falso refúgio na religião. Uma Igreja menos poderosa e mais
vulnerável não é uma desgraça. É o melhor que pode nos acontecer para
purificar a nossa fé e confiar mais em Jesus.
Segunda cena
Outro está disposto a segui-lo, mas pede-lhe para
cumprir primeiro com a obrigação sagrada de «sepultar seu pai». A nenhum judeu
pode estranhar, pois trata-se de uma das obrigações religiosas mais
importantes. A resposta de Jesus é desconcertante: «Deixe que os mortos
sepultem seus próprios mortos: você vai anunciar o reino de Deus».
Abrir caminhos ao Reino de Deus trabalhando
por uma vida mais humana é sempre a tarefa mais urgente. Nada deve atrasar
nossa decisão. Ninguém deve reter-nos ou travar-nos. Os «mortos», que não vivem
a serviço do reino da vida, já se dedicaram a outras obrigações religiosas
menos urgentes que o reino de Deus e da sua justiça.
Terceira cena
A um terceiro que quer despedir-se da sua família
antes de segui-Lo, Jesus diz-lhe: «Quem põe a mão no arado e olha para trás não
serve para o Reino de Deus». Não é possível seguir Jesus olhando para
trás. Não é possível abrir caminhos para o reino de Deus ficando no
passado. Trabalhar no projeto do Pai requer dedicação total, confiança no
futuro de Deus e audácia para caminhar atrás dos passos de Jesus.
Fonte: IHU - Notícias
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