Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 6 de agosto de 2016

Necessitamo-los mais do que nunca. – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!


Bem-aventurados os servos a quem o senhor achar vigiando, quando vier! Em verdade vos digo: cingir-se-á, fá-los-á sentar à mesa e servi-los-á..” (Lc 12, 37)

O comentário que trago hoje para o blog Indagações, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é bem atual.  Tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 12, 32-48 (a necessidade de vigiar).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler.
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IHU - Notícias
Sexta, 05 de agosto de 2016

Necessitamo-los mais do que nunca

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Lucas 12, 32-48, que corresponde ao 19° Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

As primeiras gerações cristãs viram-se muito rapidamente obrigadas a colocar-se uma questão decisiva. A vinda de Cristo ressuscitado demorava mais do que se tinha pensado de início. A espera tornava-se longa. Como manter viva a esperança? Como não cair na frustração, no cansaço ou no desalento?

Nos evangelhos encontramos diversas exortações, parábolas e chamadas que só têm um objetivo: manter viva a responsabilidade das comunidades cristãs. Uma das chamadas mais conhecidas diz assim: «Estejam com os rins cingidos e as lâmpadas acesas». Que sentido podem ter estas palavras para nós, depois de vinte séculos de cristianismo?

As duas imagens são muito expressivas. Indicam a atitude que hão de ter os criados que estão à espera de noite que regresse o seu senhor, para abrir-lhe o portão da casa quanto chame. Hão de estar com «os rins cingidos», quer dizer, com a túnica arregaçada para poderem mover-se e atuar com agilidade. Hão de estar com «as lâmpadas acesas» para ter a casa iluminada e manterem-se despertos.

Estas palavras de Jesus são também hoje uma chamada a viver com lucidez e responsabilidade, sem cair na passividade ou na letargia. Na história da Igreja há momentos em que se cai a noite. No entanto, não é a hora de apagar as luzes e nos pormos a dormir. É a hora de reagirmos, despertar a nossa fé e seguir caminhando para o futuro, inclusive numa Igreja velha e cansada.

Um dos obstáculos mais importantes para impulsionar a transformação que necessita hoje a Igreja é a passividade generalizada dos cristãos.
Desgraçadamente, durante muitos séculos temos educado, sobretudo, para a submissão e a passividade. Todavia hoje, às vezes parece que não os necessitamos para pensar, projetar e promover caminhos novos de fidelidade para Jesus Cristo.

Por isso temos de valorizar, cuidar e agradecer tanto o despertar de uma nova consciência em muitos laicos e laicas que vivem hoje sua adesão a Cristo e sua pertença à Igreja de um modo lúcido e responsável. É, sem dúvida, um dos frutos mais valiosos do Vaticano II, primeiro concílio que se ocupou direta e explicitamente deles.


Estes crentes podem ser hoje o fermento de umas paróquias e comunidades renovadas em torno de seguirmos fiéis a Jesus. São o maior potencial do cristianismo. Necessitamo-los mais do que nunca para construir uma Igreja aberta aos problemas do mundo atual, e próxima dos homens e mulheres de hoje.



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