“Bem-aventurados os servos a quem o senhor achar
vigiando, quando vier! Em verdade vos digo: cingir-se-á, fá-los-á sentar à mesa
e servi-los-á..” (Lc 12, 37)
O comentário que trago hoje
para o blog Indagações, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é bem
atual. Tem como pano de fundo o
texto bíblico Lc 12, 32-48 (a necessidade de vigiar).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas
Unisinos (IHU).
Vale a pena ler.
WCejnog
IHU
- Notícias
Sexta, 05 de agosto de
2016
Necessitamo-los
mais do que nunca
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Lucas 12, 32-48, que
corresponde ao 19° Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
As primeiras gerações
cristãs viram-se muito rapidamente obrigadas a colocar-se uma questão decisiva.
A vinda de Cristo ressuscitado demorava mais do que se tinha pensado de início.
A espera tornava-se longa. Como
manter viva a esperança? Como não cair na frustração, no cansaço ou
no desalento?
Nos evangelhos
encontramos diversas exortações, parábolas e chamadas que só têm um objetivo:
manter viva a responsabilidade das comunidades cristãs. Uma das chamadas mais
conhecidas diz assim: «Estejam com
os rins cingidos e as lâmpadas acesas». Que sentido podem ter estas
palavras para nós, depois de vinte séculos de cristianismo?
As duas imagens são muito expressivas. Indicam a atitude que
hão de ter os criados que estão à espera de noite que regresse o seu senhor,
para abrir-lhe o portão da casa quanto chame. Hão de estar com «os rins
cingidos», quer dizer, com a túnica arregaçada para poderem mover-se e atuar
com agilidade. Hão de estar com «as lâmpadas acesas» para ter a casa iluminada
e manterem-se despertos.
Estas palavras de Jesus
são também hoje uma chamada a
viver com lucidez e responsabilidade, sem cair na passividade ou na
letargia. Na história da Igreja há momentos em que se cai a noite. No entanto,
não é a hora de apagar as luzes e nos pormos a dormir. É a hora de reagirmos,
despertar a nossa fé e seguir caminhando para o futuro, inclusive numa Igreja
velha e cansada.
Um dos obstáculos mais importantes para impulsionar a transformação que
necessita hoje a Igreja é a passividade generalizada dos cristãos.
Desgraçadamente, durante muitos séculos temos educado, sobretudo, para a
submissão e a passividade. Todavia hoje, às vezes parece que não os
necessitamos para pensar, projetar e promover caminhos novos de fidelidade para
Jesus Cristo.
Por isso temos de
valorizar, cuidar e agradecer tanto o despertar de uma nova consciência em muitos laicos e laicas que
vivem hoje sua adesão a Cristo e sua pertença à Igreja de um modo lúcido e
responsável. É, sem dúvida, um dos frutos mais valiosos do Vaticano II,
primeiro concílio que se ocupou direta e explicitamente deles.
Estes crentes podem ser
hoje o fermento de umas paróquias e comunidades renovadas em torno de seguirmos
fiéis a Jesus. São o maior
potencial do cristianismo. Necessitamo-los mais do que nunca para
construir uma Igreja aberta aos problemas do mundo atual, e próxima dos homens
e mulheres de hoje.
Fonte:IHU - Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário