Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Para tempos difíceis. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



“Antes, porém, que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé”.  (Lc 21, 12-13)

Abaixo, uma pequena reflexão, muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 21, 5-19   (Jesus  fala da destruição do templo e sobre os tempos difíceis). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de  ler!

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IHU
11 Novembro 2016.

Para tempos  difíceis

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo Lucas 21,5-19, que corresponde ao 33° Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

As profundas mudanças socioculturais que se estão a produzir nos nossos dias e a crise religiosa que sacode as raízes do cristianismo no ocidente urge-nos mais do que nunca a procurar em Jesus a luz e a força que necessitamos para ler e viver estes tempos de forma lúcida e responsável.

Chamada ao realismo

Em nenhum momento pressagia Jesus aos seus seguidores um caminho fácil de êxito e glória. Pelo contrário, dá-lhes a entender que a sua longa história estará cheia de dificuldades e lutas. É contrário ao espírito de Jesus cultivar o triunfalismo ou alimentar a nostalgia de grandezas. Este caminho que nos parece duro é o que está mais de acordo com uma Igreja fiel ao Senhor.

Não à ingenuidade

Em momentos de crise, desconcerto e confusão não deve estranhar que se escutem mensagens e revelações propondo caminhos novos de salvação. Estas são as consignas de Jesus. Em primeiro lugar, «não sejam enganados»: não cair na ingenuidade de dar crédito a mensagens alheias ao evangelho, nem fora nem dentro da Igreja. Portanto, «Não sigam essa gente»: Não seguir a quem nos separa de Jesus Cristo, único fundamento e origem da nossa fé.

Centrarmos no essencial

Cada geração cristã tem os seus próprios problemas, dificuldades e buscas. Não temos de perder a calma, mas assumir a nossa própria responsabilidade. Não se nos pede nada que esteja acima das nossas forças. Contamos com a ajuda do próprio Jesus: «Eu vos darei palavras e sabedoria» ... Inclusive num ambiente hostil de rejeição ou desafeto, podemos praticar o evangelho e viver com sensatez cristã.

A hora do testemunho

Os tempos difíceis não hão de ser tempos para lamentos, nostalgia ou desalento. Não é a hora da resignação, passividade ou demissão. A ideia de Jesus é outra: em tempos difíceis «tereis ocasião de dar testemunho». É agora precisamente quando temos que reavivar entre nós a chamada para ser testemunhas humildes mas convincentes de Jesus, da sua mensagem e do seu projeto.

Paciência

Esta é a exortação de Jesus para momentos duros: «É permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida». O término original pode ser traduzido indistintamente como«paciência» ou «perseverança». Entre os cristãos falamos pouco da paciência, mas necessitamo-la mais do que nunca. É o momento de cultivar um estilo de vida cristã, paciente e tenaz, que nos ajude a responder a novas situações e desafios sem perder a paz nem a lucidez.




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