Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Para Deus, seus filhos não morrem. – Reflexão de José Antônio Pagola. Muito boa!




Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”.(Lc 20,38)

Abaixo, uma bonita reflexão que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 20, 27-38  (Jesus fala sobre a vida após a ressurreição). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de  ler!
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IHU
04 de novembro de 2016.

Para Deus, seus filhos não morrem

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo Lucas 20, 27-38, que corresponde ao 32° Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico.
O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Jesus foi sempre muito sóbrio ao falar da nova vida depois da ressurreição. No entanto, quando um grupo de aristocratas saduceus procura ridiculizar a fé na ressurreição dos mortos, Jesus reage elevando a questão ao seu verdadeiro nível e fazendo duas afirmações básicas.

Antes de tudo, Jesus recusa a ideia pueril dos saduceus que imaginam a vida dos ressuscitados como prolongamento desta vida que agora conhecemos. É um erro representarmos a vida ressuscitada por Deus a partir das nossas experiências atuais.

Há uma diferença radical entre a nossa vida terrestre e essa vida plena, sustentada diretamente pelo amor de Deus depois da morte. Essa Vida é absolutamente “nova”. Por isso, podemos esperá-la, mas nunca descrevê-la ou explicá-la.

As primeiras gerações cristãs mantiveram essa atitude humilde e honesta ante o mistério da “vida eterna”. Paulo diz aos crentes de Corinto que se trata de algo que “a vista nunca viu nem o ouvido ouviu nem homem algum imaginou, algo que Deus preparou aos que o amam”.

Estas palavras servem-nos de advertência sã e de orientação gozosa. Por uma parte, o céu é uma “novidade” que está mais para lá do que qualquer experiência terrestre, mas, por outra, é uma vida “preparada” por Deus para o cumprimento pleno das nossas aspirações mais profundas. O próprio da fé não é satisfazer ingenuamente a curiosidade, mas alimentar o desejo, a expectativa e a esperança colocada em Deus.

Isto é, precisamente, o que procura Jesus apelando com toda a simplicidade a um fato aceito pelos saduceus: segundo a tradição bíblica, Deus é chamado: “Deus de Abraão, Isaac e Jacob”.

Apesar de estes patriarcas terem morrido, Deus continua sendo o seu Deus, o seu protetor, o seu amigo. A morte não pode destruir o amor e a fidelidade de Deus para com eles.

Jesus tira a sua própria conclusão fazendo uma afirmação decisiva para a nossa fé: “Deus não é um Deus de mortos, mas de vivos; porque para Ele todos estão vivos”. Deus é fonte inesgotável de vida. A morte não vai deixando Deus sem seus filhos queridos. Quando nós os choramos porque os perdemos nesta terra, Deus contempla-os cheios de vida porque os acolheu no seu amor de Pai.


Segundo Jesus, a união de Deus com os Seus filhos não pode ser destruída pela morte. O Seu amor é mais forte que a nossa extinção biológica. Por isso, com fé humilde nos atrevemos a invocá-Lo: “Em Ti confio meu Deus”. “Que eu não fique envergonhado” (Salmo 25,1-2).



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