Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Curar feridas. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!


E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.”. (Mt, 11, 4-5)

Vejo os textos escritos por José Antonio Pagola bem interessantes e, principalmente, muito atuais e diretos para os católicos (e cristãos, de modo geral) nos dias de hoje. Acredito que publicar essas reflexões extraordinárias no blog Indagações-Zapytania é uma forma concreta de ajudar na sua divulgação,

Abaixo, uma reflexão bem concreta, que tem como fundo o texto bíblico Mt 11, 2-12 (Jesus responde à pergunta de João Batista).
Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.
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IHU-Adital
09 Dezembro 2016.

Curar feridas

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 11,2-12 que corresponde ao Terceiro Domingo de Advento, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

A atuação de Jesus deixou desconcertado o Batista. Ele esperava um Messias que extirparia do mundo o pecado, impondo o julgamento rigoroso de Deus, não um Messias dedicado a curar feridas e a aliviar sofrimentos. A partir da prisão de Maqueronte, envia uma mensagem a Jesus: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?”.

Jesus responde-lhe com a sua vida de profeta curador:  “Ide contar a João o que estais vendo e ouvindo: os cegos recuperam a vista, os coxos andam; os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem; os mortos ressuscitam e aos pobres anuncia-se a Boa Nova”. Este é o verdadeiro Messias: O que vem para aliviar o sofrimento, curar a vida e abrir um horizonte de esperança aos pobres.

Jesus sente-se enviado por um Pai misericordioso que quer para todos um mundo mais digno e ditoso. Por isso entrega-se a curar feridas, curar doenças e libertar a vida. E por isso pede a todos: “Sede compassivos como o vosso Pai é compassivo”.

Jesus não se sente enviado por um Juiz rigoroso para julgar os pecadores e condenar o mundo. Por isso não atemoriza ninguém com gestos justiceiros; pelo contrário, oferece a pecadores e prostitutas a Sua amizade e o Seu perdão. E por isso pede a todos: “Não julgueis e não sereis julgados”.

Jesus não cura nunca de forma arbitrária ou por puro sensacionalismo. Cura movido pela compaixão, procurando restaurar a vida dessas pessoas doentes, abatidas e quebradas. São as primeiras que devem experimentar que Deus é amigo de uma vida digna e sã.

Jesus não insistiu nunca no caráter prodigioso das suas curas, nem pensou nelas como receita fácil para suprimir o sofrimento no mundo. Apresentou a sua atividade de cura como sinal para mostrar aos seus seguidores em que direção temos de atuar para abrir caminhos a esse projeto humanizador do Pai que Ele chamava “reino de Deus”.

O Papa Francisco afirma que “curar feridas” é uma tarefa urgente: “Vejo com claridade que o que a Igreja necessita hoje é a capacidade de curar feridas”. Fala logo de “nos responsabilizarmos pelas pessoas, acompanhando-as como o bom samaritano, que lava, limpa e consola”. Fala também de “caminhar com as pessoas na noite, saber dialogar e inclusive descer à sua noite e obscuridade sem nos perdermos”.

Ao confiar a Sua missão aos discípulos, Jesus não os imagina como doutores, hierarcas, liturgistas ou teólogos, mas como quem cura. Sempre lhes confia uma dupla tarefa: curar doentes e anunciar que o reino de Deus está próximo.




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