Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Um Deus próximo. – Artigo de José Antonio Pagola. Excelente!


O Natal

Abaixo, uma pequena mas muito concreta e bonita reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 2, 1-14. É uma excelente meditação para todos nós, os cristãos, que todo ano celebramos a Festa de Natal.
A reflexão é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola e foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
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IHU - Adital
23 Dezembro 2016.

Um Deus próximo

A leitura que a Igreja propõe para esta Noite de Natal é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas, 2, 1-14. O teólogo espanhol  José Antonio Pagola a comenta o texto.

Eis o texto.

Natal é muito mais que todo esse ambiente superficial e manipulado que se respira nestes dias nas nossas ruas. Uma festa muito mais profunda e alegre que todos os sistemas da nossa sociedade de consumo.

Os crentes, temos que recuperar de novo o coração desta festa e descobrir detrás de tanta superficialidade e aturdimento o mistério que dá origem à nossa alegria. Temos que aprender a “celebrar” o Natal. Nem todos sabem o que é celebrar. Nem todos sabem o que é abrir o coração à alegria.

E, no entanto, não entenderemos o Natal se não sabemos fazer silêncio no nosso coração, abrir a nossa alma ao mistério de um Deus que se aproxima de nós, alegrar-nos com a vida que se nos oferece e saborear a festa da chegada de um Deus Amigo.

No meio do nosso viver diário, por vezes tão aborrecido, apagado e triste, convida-se à alegria. “Não pode haver tristeza quando nasce a vida” (Leão Magno). Não se trata de uma alegria insípida e superficial. A alegria de quem está alegre sem saber por quê.“ ”Temos motivos para o júbilo radiante, para a alegria plena e para a festa solene: Deus fez-se homem e veio para viver entre nós” (Leonardo Boff). Há uma alegria que só se pode desfrutar por quem se abre à aproximação de Deus e se deixa atrair pela Sua ternura.

Uma alegria que nos liberta de medos, desconfianças e inibições ante Deus. Como temer um Deus que se nos aproxima como um menino? Como esquivar-se a quem se nos oferece como um pequeno frágil e indefeso? Deus não veio armado de poder para impor-se aos homens. Aproximou-se com a ternura de um menino a quem podemos acolher ou rejeitar.

Deus não pode ser já o Ser “onipotente” e “poderoso” que nós suspeitamos, fechado na seriedade e no mistério de um mundo inacessível. Deus é este menino entregue carinhosamente à humanidade, este pequeno que procura o nosso olhar para nos alegrarmos com o Seu sorriso.


O acontecimento de que Deus se fez menino diz muito mais de como é Deus do que todas as nossas reflexões e especulações sobre o Seu mistério. Se soubéssemos deter-nos em silêncio ante este menino e acolher desde o fundo do nosso ser toda a proximidade e a ternura de Deus, talvez entendêssemos por que o coração de um crente deve estar afetado de uma alegria diferente nestes dias de Natal.



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