Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Percorrer caminhos novos. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!




Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: ‘Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas’."  (Mt 3,3)


O comentário que trago hoje para o blog Indagações, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito concreto e atual. Tem como pano de fundo o texto bíblico Mt 3, 1-12 (João Batista chama o povo à conversão).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Não deixe de ler.
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IHU – Adital
02 dezembro 2016

Percorrer caminhos novos

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 3,1-12 que corresponde ao Segundo Primeiro Domingo de Advento, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Pelos anos 27 ou 28 apareceu no deserto próximo do Jordão um profeta original e independente que provocou um forte impacto no povo judeu: as primeiras gerações cristãs viram-no sempre como o homem que preparou o caminho a Jesus.

Toda a sua mensagem se pode concentrar num grito: “Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas!”. Depois de vinte séculos, o Papa Francisco grita-nos a mesma mensagem aos cristãos: abri caminhos a Deus, voltai a Jesus, acolhei o Evangelho.

Seu propósito é claro: «Procuremos ser uma Igreja que encontra caminhos novos». Não será fácil. Nos últimos anos vivemos paralisados pelo medo. O Papa não se surpreende: “A novidade dá-nos sempre um pouco de medo porque nos sentimos mais seguros se temos tudo sob controle, se somos nós os que construímos, programamos e planejamos a nossa vida». E faz-nos uma pergunta a que temos de responder: «Estamos decididos a percorrer os caminhos novos que a novidade de Deus nos apresenta ou nos entrincheiramos em estruturas caducas que perderam a capacidade de resposta?».

Alguns espaços da Igreja pedem ao Papa que efetive o mais pronto possível diferentes reformas que se consideram urgentes. No entanto, Francisco manifestou sua postura de forma clara: «Alguns esperam e pedem-me reformas na Igreja, e deve ocorrer”. “Mas antes é necessária uma alteração de atitudes”.

Parece-me admirável a clarividência evangélica do Papa. O prioritário não é assinar decretos reformistas. Previamente é necessário colocar as comunidades cristãs em estado de conversão e recuperar no interior da Igreja as atitudes evangélicas mais básicas. Só nesse clima será possível concretizar de forma eficaz e com espírito evangélico as reformas que a Igreja necessita com urgência.

O próprio Francisco indica-nos todos os dias as mudanças de atitude de que necessitamos. Assinalarei algumas de grande importância.

Colocar Jesus no centro da Igreja: «Uma Igreja que não leva a Jesus é uma Igreja morta».
Não viver numa Igreja fechada e autorreferencial: «Uma Igreja que se encerra no passado e atraiçoa a sua própria identidade».

Atuar sempre movido pela misericórdia de Deus para com todos seus filhos: não cultivar “um cristianismo restauracionista e legalista que quer tudo claro e seguro, e não encontra nada”.

Procurar uma Igreja pobre e dos pobres. Ancorar nossa vida na esperança, não “nas nossas regras, nos nossos comportamentos eclesiásticos, nos nossos clericalismos”.



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