“Estamos portanto na encruzilhada dos caminhos. Ou tomaremos a estrada da paz ou a estrada já frequentada da força cega, indigna de nossa civilização. É esta nossa escolha e por ela seremos
responsáveis!”. (do texto abaixo)
Hoje trago para o
blog Indagações-Zapytania mais um texto
que expressa o ponto de vista de Albert Einstein* – um dos maiores físicos, que
o mundo já teve.
Acho que vale a
pena ler, conhecer e analisar a sua opinião, pois certamente pode contribuir
para clarearmos as nossas próprias opiniões.
Todos sabemos que hoje mais que nunca a questão de desarmamento se
apresenta como um dos principais desafios da humanidade, porque dela depende o
futuro não só da espécie humana, como de todo o Planeta Terra. Albert Einstein termina o seu texto com as
palavras: “Nosso destino será aquele que escolhermos”.
Para mim,
analisando a situação real no mundo de hoje, onde há uma escalada cada vez
maior de conflitos, guerras, terrorismo, violência - fica cada vez mais difícil
vislumbrar o caminho de paz para a humanidade. O homem (leia-se homo sapiens),
tanto no sentido coletivo, e também cada vez mais como indivíduo, ficou acometido
pela loucura, não conseguindo (e/ou não querendo) aprender com as lições do
passado, e segue para frente como se estivesse cego, escolhendo o caminho da
morte, e não o caminho da vida. Cada vez mais o sonho de ver o mundo como uma
casa comum, onde todos (sem exceções) poderiam viver uma vida digna e em paz –
eu vejo encerrado numa utopia pouco provável de se realizar. À margem dessa
sensação pouco otimista ressoam as palavras bíblicas: “Eis que ponho diante de
ti a vida ou a morte, a bênção ou a maldição, escolhe a vida para que vivas, tu
e a tua descendência!...” (Dt. 30,19).
A verdade é muito
angustiante: infelizmente, o homem está escolhendo a morte.
O texto foi
extraído do livro “Como vejo o mundo”, escrito por Albert Einstein.
Vale lembrar que esse livro foi escrito até o ano de 1934 (poucos anos antes do
início da II Guerra Mundial), quando foi publicado pela primeira vez.
Não deixe de ler!
WCejnóg
Sobre a questão do desarmamento
Por Albert Einstein
A realização de um plano de desarmamento era ainda mais complicada porque, em geral,
não se encarava claramente a enorme complexidade do problema. De ordinário a maioria dos
objetivos se obtém por escalões sucessivos. Lembremo-nos por
exemplo da transformação da monarquia absoluta
em democracia! Mas aqui o objetivo não suporta nenhum escalão.
Com efeito, enquanto a possibilidade da guerra não for radicalmente supressa, as nações não consentirão em se despojar do direito de se equipar militarmente do melhor modo possível para esmagar o inimigo de uma futura guerra. Não se poderá evitar que a juventude seja educada com as tradições guerreiras, nem que o ridículo orgulho nacional seja exaltado paralelamente com a mitologia heroica do guerreiro, enquanto for necessário fazer vibrar nos cidadãos esta ideologia para a resolução armada dos conflitos. Armar-se significa exatamente isto: não aprovar e nem organizar a paz, mas dizer sim à guerra e prepará-la.
Sendo assim, não se pode desarmar por etapas, mas de uma
vez por todas ou nunca.
Na vida das nações, uma realização de estrutura tão profundamente diferente implica uma força moral nova e uma recusa consciente de tradições fortemente arraigadas. Aquele que não está pronto a entregar, em caso de conflito e sem condições, o destino de seu país às decisões de uma Corte internacional de arbitragem e que não está pronto a se comprometer solenemente e sem reservas a isto por um tratado, não está realmente decidido a eliminar as guerras. A solução é clara: tudo ou nada.
Até este momento, os esforços empregados para conseguir a paz fracassaram, porque ambicionavam
somente resultados parciais insuficientes.
Desarmamento e
segurança só se conquistam juntos. A segurança não será real a não ser que todas as nações
tomem o compromisso de executar por completo as decisões internacionais.
Estamos portanto na encruzilhada dos caminhos. Ou tomaremos a estrada da paz ou a estrada já frequentada da força cega, indigna de nossa civilização. É esta nossa escolha e por ela seremos
responsáveis! De um lado, liberdade dos indivíduos e segurança das comunidades nos esperam. Do outro, servidão dos indivíduos e aniquilamento das civilizações nos ameaçam. Nosso destino será aquele que
escolhermos.
Fonte: EINSTEIN Albert. Como
vejo o mundo. Ed. Especial (Saraiva de bolso). Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2011, p 71-72.
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* Albert Einstein - Físico alemão
(Por Dilva Frazão)
Albert Einstein
(1879-1955) foi um físico e matemático alemão. Entrou para o rol dos maiores
gênios da humanidade ao desenvolver a Teoria da Relatividade. Estabeleceu a
relação entre massa e energia e formulou a equação que se tornou a mais famosa
do mundo: E = mc². Em 1921, recebeu o Prêmio Nobel de Física, por suas
descobertas sobre a lei dos efeitos fotoelétricos.
Albert Einstein
(1879- 1955) nasceu em Ulm, na Alemanha, em 14 de março, era filho de família
judaica, não praticante. Em 1880 a família muda-se para Munique. Iniciou aulas
de violino com seis anos de idade. Estudou o primário numa escola católica. Aos
dez anos de idade ingressou no Gymnasiun, se preparando para a universidade.
Entrou para a Escola Politécnica Federal da Suíça, onde, em 1900, conclui a
graduação em Física. Em 1901 escreveu seu primeiro artigo científico "A
Investigação do Estado do Éter em Campo Magnético". Em fevereiro
deste mesmo ano recebeu a naturalização suíça. Em 6 de janeiro de 1903 casou-se
com Mileva Maric, com quem teve três filhos.
Em 1905, formulou
a teoria da relatividade especial, que conduziria à libertação da energia
atômica. Nesse mesmo ano, remeteu para a “Revista Anais de Física”, Alemanha,
os quatro artigos que se tornariam fundamentais para a Física Moderna. Depois
da publicação dos artigos seu talento foi reconhecido. Em 1909, com 30 anos,
tornou-se professor na Universidade de Zurique e no ano seguinte lecionou na
Universidade de Praga. Em 1912 ocupou a cadeira de Física, da Escola
Politécnica Federal da Suíça. Em 1913, foi nomeado professor para a
Universidade de Berlim e diretor do Instituto Kaiser Wilhelm de Física.
Torna-se membro da Academia de Ciências da Prússia.
Em 25 de novembro
de 1915, ele subiu ao palco da Academia de Ciências da Prússia e declarou ter
concluído sua exaustiva pesquisa de uma década em busca de um entendimento novo
e mais profundo da gravidade. A Teoria da Relatividade Geral, afirmou
Einstein, estava pronta. A nova e radical visão das interações entre o espaço,
o tempo, a matéria, a energia e a gravidade foi um feito reconhecido como uma
das maiores conquistas intelectuais da humanidade. Em 1921, recebe o Prêmio
Nobel de Física por suas descobertas sobre a lei dos efeitos fotoelétricos,
publicada em um dos quatro artigos revolucionários que divulgou em 1905.
Em 1925, entre os
meses de março e maio, Einstein esteve na América do Sul. Foi à Argentina para
uma série de compromissos, esteve em Montevidéu e no dia 4 de maio chegou ao
Rio de Janeiro, então capital do Brasil, sendo recebido pelo presidente Artur
Bernardes. Entre outros compromissos, visitou o Jardim Botânico, o Observatório
Nacional, o Museu Nacional e o Instituto Oswaldo Cruz.
Além da ciência,
Einstein também dedicou parte de seu tempo a assuntos políticos. Humanista convicto,
lutou pela paz mundial e pela justiça social e a liberdade. Na década de 20
atuou em movimentos ati-guerra. Em 1932 partiu de Berlim para uma visita à
Califórnia, pois sabia que em breve o nazismo controlaria toda a Alemanha.
Em 1933 renunciou
seus cargos em Berlim, retornou para os Estados Unidos e ingressou no Instituto
de Estudos Avançados de Princeton. Em 1940 ganhou cidadania norte-americana. Em
1945 encerrou sua carreira em universidades. Em 1946 apoiou projetos de
formação de um governo mundial e a troca de segredos entre as grandes potências
atômicas, almejando a paz mundial.
Albert Einstein
faleceu em Princeton, Estados Unidos, no dia 18 de abril de 1955.