Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 4 de maio de 2018

“Uma alegria diferente.” – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!




“Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isso, para que minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena. (Jo, 15, 9-11)

Abaixo, uma reflexão muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 15, 9-17 (Jesus fala a seus discípulos sobre a fonte da verdadeira alegria), do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de  ler!

WCejnóg

IHU - ADITAL 
04 Maio 2018.

Uma alegria diferente

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo João 15,9-17, que corresponde ao Sexto Domingo
da Páscoa, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

Não é fácil a alegria. Os momentos de autêntica felicidade parecem pequenos parêntesis no meio de uma existência de onde brotam constantemente a dor, a inquietação e a insatisfação. O mistério da verdadeira alegria é algo estranho para muitos homens e mulheres. Todavia sabem quiçá rir às gargalhadas, mas esqueceram o que é um sorriso alegre, nascido do mais profundo do ser. Têm quase tudo, mas nada os satisfaz na verdade. Estão rodeados de objetos valiosos e práticos, mas nada sabem do amor e da amizade. Correm pela vida absorvidos por mil tarefas e preocupações, mas se esqueceram de que estamos feitos para a alegria.

Por isso, algo se desperta em nós quando escutamos as palavras de Jesus: falei-vos «para que participeis da minha alegria, e para que a vossa alegria seja completa». A nossa alegria é frágil, pequena e está sempre ameaçada. Mas algo grande nos é prometido. Poder partilhar a alegria mesma de Jesus. A Sua alegria pode ser a nossa.

O pensamento de Jesus é claro. Se não há amor, não há vida. Não há comunicação com Ele. Não há experiência do Pai. Se falta o amor na nossa vida, não fica mais que o vazio e a ausência de Deus. Podemos falar de Deus, imaginá-lo, mas não experimentá-lo como fonte de gozo verdadeiro. Então o vazio enche-se de deuses falsos que tomam o lugar do Pai, mas que não podem fazer brotar em nós a verdadeira alegria que o nosso coração pretende.

Quiçá os cristãos de hoje pensamos pouco na alegria de Jesus e não temos aprendido a «desfrutar» da vida, seguindo os Seus passos. As Suas chamadas para procurar a felicidade verdadeira perderam-se no vazio talvez porque continuamos obstinados em pensar que o caminho mais seguro de encontrá-lo é o que passa pelo poder, o dinheiro ou o sexo. 

A alegria de Jesus é a de quem vive com uma confiança limpa e incondicional no Pai. A alegria do que sabe acolher a vida com agradecimento. A alegria do que descobriu que a existência inteira é uma graça. 

Mas a vida extingue-se tristemente em nós se a guardamos para nós próprios, sem saber como a oferecer. A alegria de Jesus não consiste em desfrutar egoisticamente da vida. É a alegria de quem dá vida e sabe criar as condições necessárias para que cresça e se desenvolva de forma cada vez mais digna e mais sã. Está aqui um dos ensinamentos-chave do Evangelho. Só é feliz quem faz um mundo mais feliz. Só conhece a alegria quem a sabe oferecer. Só vive quem faz viver.

Fonte: IHU - Comentário do Evangelho



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