Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Acreditar. – Reflexão de José Antonio Pagola. Bem atual!



Abaixo, uma boa reflexão, muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 15, 1-8 (Jesus diz: “Eu sou a videira e vós, os ramos!”), do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de  ler!
WCejnóg



IHU - ADITAL
27 de abril 2018

Acreditar

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo João 15,1-8 que corresponde ao Quinto Domingo da Páscoa ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto

A fé não é uma impressão ou emoção do coração. Sem dúvida, o crente sente a sua fé, experimenta-a e desfruta-a, mas seria um erro reduzi-la a «sentimentalismo». A fé não é algo que dependa dos sentimentos: «Já não sinto nada; devo estar a perder a fé». Ser crentes é uma atitude responsável e razoável.

A fé não é tampouco uma opinião pessoal. O crente compromete-se pessoalmente a acreditar em Deus, mas a fé não pode ser reduzida a «subjetivismo»: «Eu tenho as minhas ideias e acredito naquilo que me parece». A realidade de Deus não depende de mim nem a fé cristã é elaboração própria. Brota da ação de Deus em nós.

A fé não é tampouco um costume ou tradição recebida dos padres. É bom nascer numa família crente e receber desde criança uma orientação cristã da vida, mas seria muito pobre reduzir a fé a «hábitos religiosos»: «Na minha família sempre temos sido muito de Igreja». A fé é uma decisão pessoal de cada um.

A fé não é tampouco uma receita moral. Acreditar em Deus tem as suas exigências, mas seria um equívoco reduzir tudo a «moralismo»: «Eu respeito a todos e não faço mal a ninguém». A fé é, além disso, amor a Deus, compromisso por um mundo mais humano, esperança de vida eterna, ação de graças, celebração.

A fé não é tampouco um «tranquilizante». Acreditar em Deus é, sem dúvida, fonte de paz, consolo e serenidade, mas a fé não é só uma «boia de salvação» para os momentos críticos: «Eu, quando me encontro em apuros, recorro à Virgem». Acreditar é o melhor estímulo para lutar, trabalhar e viver de forma digna e responsável.

A fé cristã começa a despertar-se em nós quando nos encontramos com Jesus. O cristão é uma pessoa que se encontra com Cristo, e Nele vai descobrindo um Deus Amor que a cada dia o atrai mais. Diz muito bem João: «Nós conhecemos o amor que Deus tem por nós e temos acreditado Nele. Deus é Amor» (1 João 4,16).

Esta fé cresce e dá frutos só quando permanecemos dia a dia unidos a Cristo, quer dizer, motivados e sustentados pelo Seu Espírito e a Sua Palavra: «O que permanece unido a mim, como eu estou unido a ele, produz muito fruto, porque sem mim não podeis fazer nada».



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