Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quinta-feira, 19 de abril de 2018

“O amor de Jesus às pessoas não tem limites” – Reflexão de José Antonio Pagola. Ótima!



“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas”.  (Jo 10,11)
  
Hoje, uma boa reflexão, muito atual e importante. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Jo 10, 11-18 (Jesus é o Bom Pastor). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e meditar sobre esse assunto.
WCejnóg


IHU - ADITAL
18 Abril 2018

O amor de Jesus às pessoas não tem limites

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 10, 11-18 que corresponde ao Domingo 4º da Páscoa, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola  comenta o texto.

Eis o texto

O símbolo de Jesus como Bom Pastor produz hoje, em alguns cristãos, certo aborrecimento. Não queremos ser tratados como ovelhas de um rebanho. Não necessitamos de ninguém que governe e controle nossa vida. Queremos ser respeitados. Não necessitamos de nenhum pastor.

Não sentiam assim os primeiros cristãos. A figura de Jesus Bom Pastor converteu-se muito rapidamente na imagem mais querida de Jesus. Já nas catacumbas de Roma, ele é representado carregando sobre os seus ombros a ovelha perdida. Ninguém pensa em Jesus como um pastor autoritário dedicado a vigiar e controlar os seus seguidores, mas como um bom pastor que cuida delas.

O “Bom Pastor” preocupa-se com as suas ovelhas. É o seu primeiro traço. Nunca as abandona. Não as esquece. Vive pendente delas. Está sempre atento às mais débeis ou doentes. Não é como o pastor mercenário que, quando vê algum perigo, foge para salvar a sua vida abandonando o rebanho. Não quer saber das ovelhas.

Jesus tinha deixado uma recordação inesquecível. Os relatos evangélicos descrevem-no bem, preocupado com os doentes, os marginalizados, os pequenos, os mais indefesos e esquecidos, os mais perdidos. Não parece preocupar-se por si mesmo. Sempre se vê pensando nos outros. Preocupam-no sobretudo os mais desvalidos.

Mas há algo mais. “O Bom Pastor dá a vida pelas Suas ovelhas”. É o segundo traço. Até cinco vezes repete o evangelho de João esta linguagem. O amor de Jesus às pessoas não tem limites. Ama os outros mais do que a si mesmo. Ama a todos com amor de Bom Pastor que não foge perante o perigo, mas que dá a sua vida para salvar o rebanho.

Por isso a imagem de Jesus, Bom Pastor, converteu-se rapidamente numa mensagem de consolo e confiança para seus seguidores. Os cristãos aprenderam a dirigir-se a Jesus com palavras recolhidas do salmo 22: “O Senhor é o meu Pastor, nada me falta... mesmo que caminhe por vales profundos, nada temo, porque Tu vais comigo... A Tua bondade e a Tua misericórdia acompanham-me todos os dias da minha vida”.

Nós, cristãos, vivemos com frequência uma relação bastante pobre com Jesus. Necessitamos conhecer uma experiência mais viva e profunda. Não acreditamos que ele cuida de nós. Esquecemo-nos que podemos acudir a ele quando nos sentimos cansados e sem forças ou perdidos e desorientados.

Uma igreja formada por cristãos que se relacionam com um Jesus mal conhecido, apresentado apenas de forma doutrinal, um Jesus longínquo cuja voz não se escuta bem nas comunidades..., corre o risco de esquecer o seu Pastor. Mas quem cuidará da Igreja se não for o seu Pastor?



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