“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas
ovelhas”. (Jo 10,11)
Hoje, uma
boa reflexão, muito atual e importante. Como pano de fundo tem o texto bíblico Jo 10, 11-18 (Jesus é o Bom Pastor). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler e meditar sobre
esse assunto.
WCejnóg
IHU -
ADITAL
18 Abril
2018
O amor de Jesus às pessoas não tem limites
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o
Evangelho de Jesus Cristo segundo João 10, 11-18 que
corresponde ao Domingo 4º da Páscoa, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta o
texto.
Eis o texto
O símbolo de Jesus como Bom Pastor produz
hoje, em alguns cristãos, certo aborrecimento. Não queremos ser tratados como
ovelhas de um rebanho. Não necessitamos de ninguém que governe e controle nossa
vida. Queremos ser respeitados. Não necessitamos de nenhum pastor.
Não sentiam assim os primeiros cristãos. A
figura de Jesus Bom Pastor converteu-se muito rapidamente na imagem mais
querida de Jesus. Já nas catacumbas de Roma, ele é representado carregando
sobre os seus ombros a ovelha perdida. Ninguém pensa em Jesus como um pastor
autoritário dedicado a vigiar e controlar os seus seguidores, mas como um bom
pastor que cuida delas.
O “Bom Pastor” preocupa-se com as suas ovelhas. É o
seu primeiro traço. Nunca as abandona. Não as esquece. Vive pendente
delas. Está sempre atento às mais débeis ou doentes. Não é como o
pastor mercenário que, quando vê algum perigo, foge para salvar a sua vida
abandonando o rebanho. Não quer saber das ovelhas.
Jesus tinha deixado uma recordação inesquecível. Os
relatos evangélicos descrevem-no bem, preocupado com os doentes, os
marginalizados, os pequenos, os mais indefesos e esquecidos, os mais
perdidos. Não parece preocupar-se por si mesmo. Sempre se vê pensando
nos outros. Preocupam-no sobretudo os mais desvalidos.
Mas há algo mais. “O Bom Pastor dá a vida pelas
Suas ovelhas”. É o segundo traço. Até cinco vezes repete o evangelho de João
esta linguagem. O amor de Jesus às pessoas não tem limites. Ama os
outros mais do que a si mesmo. Ama a todos com amor de Bom Pastor que
não foge perante o perigo, mas que dá a sua vida para salvar o rebanho.
Por isso a imagem de Jesus, Bom Pastor,
converteu-se rapidamente numa mensagem de consolo e confiança para
seus seguidores. Os cristãos aprenderam a dirigir-se a Jesus com palavras
recolhidas do salmo 22: “O Senhor é o meu Pastor, nada me falta... mesmo que
caminhe por vales profundos, nada temo, porque Tu vais comigo... A Tua bondade
e a Tua misericórdia acompanham-me todos os dias da minha vida”.
Nós, cristãos, vivemos com frequência uma relação
bastante pobre com Jesus. Necessitamos conhecer uma experiência mais viva e
profunda. Não acreditamos que ele cuida de nós. Esquecemo-nos que
podemos acudir a ele quando nos sentimos cansados e sem forças ou perdidos e
desorientados.
Uma igreja formada por cristãos que se relacionam
com um Jesus mal conhecido, apresentado apenas de forma doutrinal, um Jesus
longínquo cuja voz não se escuta bem nas comunidades..., corre o risco de esquecer
o seu Pastor. Mas quem cuidará da Igreja se não for o seu Pastor?
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