“Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja
convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.
E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” (Jo 20, 21-22)
PENTECOSTES
E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” (Jo 20, 21-22)
PENTECOSTES
Abaixo, uma excelente reflexão, muito concreta e
atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 20, 19-23 (Jesus disse aos discípulos: “Recebei o Espírito
Santo”). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola e foi
publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
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IHU – ADITAL
18 Maio 2018.
Renova-nos por dentro
A leitura que a Igreja propõe neste
domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Jo 20,19-23 que
corresponde a Solenidade do Pentecostes, ciclo B, do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o
texto
Pouco a pouco estamos a aprender a
viver sem interioridade. Já não necessitamos de estar em contato com o melhor
que há dentro de nós. Basta-nos viver ocupados. Contentamo-nos com
funcionar sem alma e nos alimentarmos só de bem-estar. Não queremos
expor-nos a procurar a verdade. Vem, Espírito Santo, e liberta-nos do vazio
interior.
Temos aprendido a viver sem raízes e
sem metas. Basta-nos deixarmos programar de fora. Movemo-nos e
agitamo-nos sem cessar, mas não sabemos o que queremos nem para onde vamos.
Estamos cada vez mais bem informados, mas sentimo-nos mais perdidos que nunca.
Vem, Espírito Santo, e liberta-nos da desorientação.
Já só nos interessam as grandes
questões da existência. Não nos preocupa ficarmos sem luz para enfrentarmos a
vida. Fizemo-nos mais céticos, mas também mais frágeis e inseguros.
Queremos ser inteligentes e lúcidos. Mas não encontramos sossego nem paz. Vem,
Espírito Santo, e liberta-nos da obscuridade e da confusão interior.
Queremos viver mais, viver melhor,
viver mais tempo, mas viver o quê? Queremos sentir-nos bem, sentir-nos melhor, mas
sentir o quê? Procuramos desfrutar intensamente da vida, tirar o máximo sumo,
mas não nos contentamos só com passar bem. Fazemos o que nos apetece. Não há
proibições nem terrenos vedados. Por que queremos algo diferente? Vem, Espírito
Santo, e ensina-nos a viver.
Queremos ser livres e independentes e
nos encontramos cada vez mais sós. Necessitamos
de viver e nos encerramos no nosso pequeno mundo, por vezes tão aborrecido.
Necessitamos de nos sentir queridos e não sabemos criar contatos vivos e
amistosos. Ao sexo chamamos «amor», e ao prazer, «felicidade», mas quem saciará
a nossa sede? Vem, Espírito Santo, e ensina-nos a amar.
Na nossa vida já não há lugar para
Deus. A Sua presença ficou
reprimida ou atrofiada dentro de nós. Cheio de ruídos por dentro já
não pode escutar a Sua voz. Focados em mil desejos e sensações, não chegamos a
perceber a sua proximidade. Sabemos falar com todos menos com Ele. Temos
aprendido a viver de costas ao Mistério. Vem, Espírito Santo, e ensina-nos a
acreditar.
Crentes e não crentes, pouco crentes
e maus crentes, assim peregrinamos muitas vezes pela vida. Na festa cristã
do Espírito Santo, a todos nós diz Jesus o que um dia disse aos
Seus discípulos, exalando sobre eles o Seu alento: «Recebei o Espírito Santo».
Esse Espírito que sustém as nossas pobres vidas e alenta a nossa débil fé pode
penetrar em nós e reavivar a nossa existência por caminhos que só Ele conhece.
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