Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Sobre a questão do desarmamento – Texto de Albert Einstein. Vale a pena ler!



“Estamos  portanto  na  encruzilhada  dos  caminhos.  Ou  tomaremos  a  estrada  da  paz  ou  a  estrada já  frequentada  da  força  cega,  indigna  de  nossa  civilização.  É  esta  nossa  escolha  e  por  ela  seremos responsáveis!”.  (do texto abaixo)

Hoje trago para o blog Indagações-Zapytania  mais um texto que expressa o ponto de vista de Albert Einstein* – um dos maiores físicos, que o mundo já teve.

Acho que vale a pena ler, conhecer e analisar a sua opinião, pois certamente pode contribuir para clarearmos as nossas próprias opiniões.  Todos sabemos que hoje mais que nunca a questão de desarmamento se apresenta como um dos principais desafios da humanidade, porque dela depende o futuro não só da espécie humana, como de todo o Planeta Terra.  Albert Einstein termina o seu texto com as palavras: “Nosso destino será aquele que escolhermos”.

Para mim, analisando a situação real no mundo de hoje, onde há uma escalada cada vez maior de conflitos, guerras, terrorismo, violência - fica cada vez mais difícil vislumbrar o caminho de paz para a humanidade. O homem (leia-se homo sapiens), tanto no sentido coletivo, e também cada vez mais como indivíduo, ficou acometido pela loucura, não conseguindo (e/ou não querendo) aprender com as lições do passado, e segue para frente como se estivesse cego, escolhendo o caminho da morte, e não o caminho da vida. Cada vez mais o sonho de ver o mundo como uma casa comum, onde todos (sem exceções) poderiam viver uma vida digna e em paz – eu vejo encerrado numa utopia pouco provável de se realizar. À margem dessa sensação pouco otimista ressoam as palavras bíblicas: “Eis que ponho diante de ti a vida ou a morte, a bênção ou a maldição, escolhe a vida para que vivas, tu e a tua descendência!...” (Dt. 30,19).
A verdade é muito angustiante: infelizmente, o homem está escolhendo a morte.

O texto foi extraído do livro “Como vejo o mundo”, escrito por Albert Einstein.
Vale lembrar que esse livro foi escrito até o ano de 1934 (poucos anos antes do início da II Guerra Mundial), quando foi publicado pela primeira vez.

Não deixe de ler!
WCejnóg

Sobre a questão do desarmamento
Por Albert Einstein

A realização de um plano de desarmamento era ainda mais  complicada  porque, em geral, não se encarava claramente a enorme  complexidade  do  problema. De ordinário a maioria dos objetivos se  obtém  por escalões  sucessivos. Lembremo-nos por exemplo da  transformação da  monarquia absoluta em democracia! Mas aqui o objetivo não suporta nenhum escalão.

Com  efeito,  enquanto  a  possibilidade  da  guerra  não  for  radicalmente supressa,  as  nações  não consentirão  em  se  despojar  do  direito  de  se equipar  militarmente  do  melhor  modo  possível  para esmagar o  inimigo de uma  futura  guerra.  Não  se  poderá  evitar  que  a juventude seja  educada com  as tradições  guerreiras,  nem  que  o  ridículo  orgulho  nacional  seja exaltado  paralelamente  com  a mitologia  heroica  do  guerreiro,  enquanto  for necessário  fazer  vibrar  nos  cidadãos  esta  ideologia para  a  resolução armada  dos  conflitos.  Armar-se  significa  exatamente  isto:  não  aprovar  e nem organizar  a paz,  mas  dizer sim  à  guerra e prepará-la.  Sendo  assim, não se  pode desarmar  por  etapas, mas de uma vez por todas ou nunca.

Na  vida  das  nações,  uma  realização  de  estrutura   tão  profundamente diferente  implica  uma força  moral  nova  e  uma   recusa  consciente  de tradições  fortemente  arraigadas. Aquele  que  não  está pronto  a  entregar, em  caso  de  conflito  e  sem  condições,  o  destino  de  seu  país  às  decisões de  uma Corte  internacional  de  arbitragem  e  que  não  está  pronto  a  se comprometer  solenemente  e  sem reservas  a  isto  por  um  tratado,  não está realmente  decidido  a  eliminar  as  guerras. A solução  é  clara: tudo ou nada.

Até  este  momento,  os  esforços  empregados  para  conseguir  a  paz fracassaram,  porque ambicionavam somente resultados parciais insuficientes.

Desarmamento  e  segurança   se  conquistam  juntos. A  segurança  não será  real  a  não  ser  que todas as nações tomem o compromisso de executar por completo as decisões internacionais.

Estamos  portanto  na  encruzilhada  dos  caminhos.  Ou  tomaremos  a  estrada da  paz  ou  a  estrada já  frequentada  da  força  cega,  indigna  de  nossa civilização.  É  esta  nossa  escolha  e  por  ela  seremos responsáveis!  De  um lado,  liberdade  dos  indivíduos  e  segurança das  comunidades  nos  esperam. Do outro,  servidão  dos  indivíduos  e  aniquilamento  das  civilizações  nos ameaçam.  Nosso  destino  será aquele que escolhermos.

Fonte: EINSTEIN Albert. Como vejo o mundo. Ed. Especial (Saraiva de bolso). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011, p 71-72.

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* Albert Einstein - Físico alemão


(Por Dilva Frazão) 

Albert Einstein (1879-1955) foi um físico e matemático alemão. Entrou para o rol dos maiores gênios da humanidade ao desenvolver a Teoria da Relatividade. Estabeleceu a relação entre massa e energia e formulou a equação que se tornou a mais famosa do mundo: E = mc². Em 1921, recebeu o Prêmio Nobel de Física, por suas descobertas sobre a lei dos efeitos fotoelétricos.

Albert Einstein (1879- 1955) nasceu em Ulm, na Alemanha, em 14 de março, era filho de família judaica, não praticante. Em 1880 a família muda-se para Munique. Iniciou aulas de violino com seis anos de idade. Estudou o primário numa escola católica. Aos dez anos de idade ingressou no Gymnasiun, se preparando para a universidade. Entrou para a Escola Politécnica Federal da Suíça, onde, em 1900, conclui a graduação em Física. Em 1901 escreveu seu primeiro artigo científico "A Investigação do Estado do Éter em Campo Magnético".  Em fevereiro deste mesmo ano recebeu a naturalização suíça. Em 6 de janeiro de 1903 casou-se com Mileva Maric, com quem teve três filhos.

Em 1905, formulou a teoria da relatividade especial, que conduziria à libertação da energia atômica. Nesse mesmo ano, remeteu para a “Revista Anais de Física”, Alemanha, os quatro artigos que se tornariam fundamentais para a Física Moderna. Depois da publicação dos artigos seu talento foi reconhecido. Em 1909, com 30 anos, tornou-se professor na Universidade de Zurique e no ano seguinte lecionou na Universidade de Praga. Em 1912 ocupou a cadeira de Física, da Escola Politécnica Federal da Suíça. Em 1913, foi nomeado professor para a Universidade de Berlim e diretor do Instituto Kaiser Wilhelm de Física. Torna-se membro da Academia de Ciências da Prússia. 

Em 25 de novembro de 1915, ele subiu ao palco da Academia de Ciências da Prússia e declarou ter concluído sua exaustiva pesquisa de uma década em busca de um entendimento novo e mais profundo da gravidade. A Teoria da Relatividade Geral, afirmou Einstein, estava pronta. A nova e radical visão das interações entre o espaço, o tempo, a matéria, a energia e a gravidade foi um feito reconhecido como uma das maiores conquistas intelectuais da humanidade. Em 1921, recebe o Prêmio Nobel de Física por suas descobertas sobre a lei dos efeitos fotoelétricos, publicada em um dos quatro artigos revolucionários que divulgou em 1905.

Em 1925, entre os meses de março e maio, Einstein esteve na América do Sul. Foi à Argentina para uma série de compromissos, esteve em Montevidéu e no dia 4 de maio chegou ao Rio de Janeiro, então capital do Brasil, sendo recebido pelo presidente Artur Bernardes. Entre outros compromissos, visitou o Jardim Botânico, o Observatório Nacional, o Museu Nacional e o Instituto Oswaldo Cruz.

Além da ciência, Einstein também dedicou parte de seu tempo a assuntos políticos. Humanista convicto, lutou pela paz mundial e pela justiça social e a liberdade. Na década de 20 atuou em movimentos ati-guerra. Em 1932 partiu de Berlim para uma visita à Califórnia, pois sabia que em breve o nazismo controlaria toda a Alemanha.

Em 1933 renunciou seus cargos em Berlim, retornou para os Estados Unidos e ingressou no Instituto de Estudos Avançados de Princeton. Em 1940 ganhou cidadania norte-americana. Em 1945 encerrou sua carreira em universidades. Em 1946 apoiou projetos de formação de um governo mundial e a troca de segredos entre as grandes potências atômicas, almejando a paz mundial.
Albert Einstein faleceu em Princeton, Estados Unidos, no dia 18 de abril de 1955.



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