Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 15 de março de 2019

“A Transfiguração: escutar Jesus”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente.



"Então, da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o!”. E, enquanto ainda ressoava esta voz, achou-se Jesus sozinho. Os discípulos calaram-se e a ninguém disseram naqueles dias coisa alguma do que tinham visto.” (Lc 9,35-36)



Hoje, uma excelente reflexão, muito concreta e atual. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Lc 9, 28-36 (Transfiguração de Jesus). O texto é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola. Foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Vale a pena ler!

WCejnóg




IHU – ADITAL

15 Março 2019



A Transfiguração: escutar Jesus



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lc 9,28-36 que corresponde ao 2° Domingo de Quaresma, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 



Eis o texto



Os cristãos de todos os tempos foram atraídos pela cena tradicionalmente chamada “a transfiguração do Senhor”. No entanto, para os que pertencemos à cultura moderna, não é fácil penetrarmos no significado de uma história, escrita com imagens e recursos literários, típicos de uma “teofania” ou revelação de Deus.



No entanto, o evangelista Lucas introduziu detalhes que nos permitem descobrir com mais realismo a mensagem de um episódio que muitos hoje acham estranho e inverossímil. Desde o início indica que Jesus sobe com seus discípulos mais próximos ao topo de uma montanha simplesmente “para rezar”, não para contemplar uma transfiguração.



Tudo acontece durante a oração de Jesus: “Enquanto ele estava a orar, a aparência de seu rosto mudou”. Jesus, profundamente recolhido, acolhe a presença de seu Pai e seu rosto muda. Os discípulos percebem algo da Sua identidade mais profunda e oculta. Algo que eles não conseguem entender na vida cotidiana de cada dia.



Na vida dos seguidores de Jesus não faltam momentos de clareza e certeza, de alegria e de luz. Ignoramos o que aconteceu no topo daquela montanha, mas sabemos que na oração e no silêncio é possível vislumbrar, a partir da fé, algo da identidade oculta de Jesus. Essa oração é fonte de um conhecimento que não é possível obter dos livros.



Lucas diz que os discípulos mal entenderam, pois “caíam de sono” e só “quando acordaram” captaram algo. Pedro só sabe que ali se está muito bem e que essa experiência nunca deveria terminar. Lucas diz que “não sabia o que dizia”.



Por isso a cena culmina com uma voz e um mandato solene. Os discípulos estão envoltos numa nuvem. Assustam-se, pois tudo aquilo os supera. No entanto, dessa nuvem sai uma voz: “Este é o meu Filho, o escolhido. Escutai-O”. Ouvir deverá ser a primeira atitude dos discípulos.



Os cristãos de hoje precisam urgentemente “interiorizar” a nossa religião se quisermos reavivar a nossa fé. Não basta ouvir o Evangelho de forma distraída, rotineira e gasta, sem qualquer desejo de escutar. Não basta tampouco ouvir de forma inteligente, apenas preocupado em entender.



Precisamos ouvir Jesus vivo no mais íntimo do nosso ser. Todos, pregadores e pessoas fiéis, teólogos e leitores, precisamos escutar sua Boa Nova de Deus, não desde fora, mas desde dentro. Deixe que suas palavras desçam das nossas cabeças até ao coração. A nossa fé seria mais forte, mais alegre, mais contagiante.





Nenhum comentário:

Postar um comentário