Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 8 de março de 2019

“Não desviar-nos de Jesus”. – Reflexão de José Antonio Pagola.



“Depois de tê-lo assim tentado de todos os modos, o demônio apartou-se dele até outra ocasião.  Jesus, então, cheio da força do Espírito, voltou para a Galileia. E a sua fama divulgou-se por toda a região."  (Lc 4, 13-14)

Hoje, uma excelente reflexão, muito atual e esclarecedora. Como pano de fundo  tem o texto bíblico Lc 4, 1-13 (As tentações no deserto - Jesus é posto à prova). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg


IHU - ADITAL

08 Março 2019



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lc 4,1-13 que corresponde ao 1° Domingo de Quaresma, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 



Eis o texto



As primeiras gerações cristãs interessaram-se muito pelas provações que Jesus teve de superar para permanecer fiel a Deus e viver sempre colaborando no seu projeto de uma vida mais humana e digna para todos. A história das tentações de Jesus não é um episódio isolado, que ocorre num determinado momento e lugar. Lucas adverte-nos que, ao terminar estas tentações, “o diabo partiu até outra oportunidade”.  As tentações voltarão à vida de Jesus e dos Seus seguidores.



Portanto, os evangelistas apresentam a história antes de narrar a atividade profética de Jesus. Seus seguidores deverão conhecer bem essas tentações desde o início, porque são as mesmas que terão que superar ao longo dos séculos se não quiserem desviar-se Dele.




Na primeira tentação, fala-se de pão. Jesus resiste a usar Deus para satisfazer sua própria fome: “nem só de pão vive o homem”. A primeira coisa para Jesus é procurar o reino de Deus e sua justiça: que haja pão para todos. É por isso que ele irá um dia, pedir a Deus, mas para alimentar uma multidão faminta.

Também hoje, a nossa tentação é pensar apenas no nosso pão e preocupar-nos exclusivamente com a nossa crise. Desviamo-nos de Jesus quando acreditamos que temos direito de ter tudo, e esquecemos o drama, os medos e os sofrimentos daqueles a quem falta quase tudo.

Na segunda tentação fala-se de poder e glória. Jesus renúncia a tudo isso. Não se prostrará diante do diabo que lhe oferece o império sobre todos os reinos do mundo. Jesus nunca procurará ser servido, mas servir.

Também hoje, desperta em alguns cristãos a tentação de manter, como seja, o poder que teve a Igreja em tempos passados. Nos desviamos de Jesus quando pressionamos as consciências tentando impor à força as nossas crenças. Abrimos o caminho para o reino de Deus quando trabalhamos por um mundo mais compassivo e solidário.

Na terceira tentação, pede-se a Jesus que desça ante o povo, de forma grandiosa, apoiado pelos anjos de Deus. Jesus não se deixará enganar. Mesmo que lhe peçam nunca fará um sinal espetacular do céu. Irá dedicar-se a fazer sinais de bondade para aliviar o sofrimento e as doenças das pessoas.

Desviamos de Jesus quando confundimos a nossa própria ostentação com a glória de Deus. A nossa exibição não revela a grandeza de Deus. Somente uma vida de humilde serviço aos necessitados manifesta e difunde seu amor.





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