Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 22 de março de 2019

“Antes que seja tarde”. - Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!




A reflexão que trago hoje para o blog Indagações-Zapytania, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é bem concreta e atual. Tem como pano de fundo o texto bíblico  Lc 13, 1-9 (Parábola da figueira que não produz frutos).

Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).



Não deixe de ler.

WCejnóg


 

IHU – ADITAL

22 Março 2019



Antes que seja tarde



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lc 13,1-9 que corresponde ao 3° Domingo de Quaresma, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 



Eis o texto



Já tinha passado bastante tempo desde que Jesus se tinha apresentado na Sua cidade de Nazaré como Profeta, enviado pelo Espírito de Deus para anunciar aos pobres a Boa Nova. Continua repetindo incansavelmente a sua mensagem: Deus já está próximo, abrindo caminho para fazer um mundo mais humano para todos.



Mas é realista. Jesus sabe bem que Deus não pode mudar o mundo sem que nós mudemos. Por isso esforça-se em despertar nas pessoas a conversão: “Convertei-vos e acreditai nesta Boa Nova”. Esse empenho de Deus em fazer um mundo mais humano será possível se respondermos acolhendo o Seu projeto.



Vai passando o tempo e Jesus vê que as pessoas não reagem à Sua chamada como seria o Seu desejo. São muitos os que vêm para o ouvir, mas não se abrem ao “Reino de Deus”. Jesus vai insistir. É urgente mudar antes que seja tarde demais.



A dada altura conta uma pequena parábola. O proprietário de um terreno tem plantada uma figueira no meio da sua vinha. Ano após ano, vem procurar frutas e não consegue encontrá-las. A sua decisão parece a mais sensata: a figueira não produz frutos e está a ocupar inutilmente o terreno, o mais razoável é cortá-la.




Mas o encarregado da vinha reage de forma inesperada. Por que não a deixar ainda? Ele conhece aquela figueira, ele viu-a crescer, cuidou-a, não a quer ver morrer. Ele mesmo dedicará mais tempo e mais cuidados, para ver se dará frutos.

A história é interrompida abruptamente. A parábola fica em aberto. O dono da vinha e o seu encarregado desaparecem de cena. É a figueira que decidirá seu destino final. Entretanto receberá mais cuidados do que nunca daquele agricultor que nos faz pensar em Jesus, “aquele que veio para procurar e salvar o que foi perdido”.

O que precisamos hoje na Igreja não é apenas introduzir pequenas reformas, promover o “aggiornamento” ou cuidar da adaptação aos nossos tempos. Precisamos de uma conversão a um nível mais profundo, um “coração novo”, uma resposta responsável e decidida à chamada de Jesus para entrar na dinâmica do Reino de Deus.

Temos que reagir antes que seja tarde demais. Jesus está vivo no meio de nós. Como o encarregado da vinha, Ele cuida das nossas comunidades cristãs, cada vez mais frágeis e vulneráveis. Ele alimenta-nos com o seu Evangelho, sustenta-nos com o seu Espírito.

Devemos olhar para o futuro com esperança, ao mesmo tempo que vamos criando esse novo clima de conversão e renovação que tanto necessitamos e que os decretos do Concílio Vaticano não conseguiram até agora consolidar na Igreja.

Fonte: IHU – Comentário do Evangelho


 

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