"Uma
árvore boa não dá frutos maus, uma árvore má não dá bom fruto. Porquanto cada
árvore se conhece pelo seu fruto. Não se colhem figos dos espinheiros, nem se
apanham uvas dos abrolhos. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu
coração, e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, porque a boca fala
daquilo de que o coração está cheio." (Lc 6, 43-45)
Abaixo, uma reflexão bem concreta e muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 6, 39-45 (as condições para ser um discípulo zeloso). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site
do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena ler!
WCejnóg
IHU - ADITAL
01 Março 2019
O bem estar do silêncio e da solidão
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o
Evangelho de Jesus Cristo segundo Lc 6,39-45 que corresponde ao 8° Domingo
de Tempo Comum, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
Nossas vilas e cidades hoje oferecem um clima pouco
propício para aqueles que querem procurar um pouco de silêncio e paz para
encontrar-se consigo mesmo e com Deus. Não é fácil libertar-nos do barulho
permanente e do assédio constante de todo o tipo de chamadas e mensagens.
Por outro lado, as preocupações, os problemas e as pressas de cada dia nos
levam de um lado para outro, sem nos permitirmos ser donos de nós mesmos.
Nem sequer no nosso próprio lar, invadido pela
televisão e cenário de múltiplas tensões, é fácil encontrar o sossego e o
recolhimento indispensáveis para nos encontrarmos conosco mesmo ou para
descansarmos alegremente diante de Deus.
Pois bem, precisamente, nestes momentos em que
necessitamos mais do que nunca de lugares de silêncio, recolhimento e orações,
nós crentes, mantemos frequentemente os nossos templos e igrejas fechados
uma boa parte do dia.
Esquecemos o que é pararmos, interromper por uns
minutos a nossa pressa, libertar-nos por alguns instantes das nossas tensões e
deixar-nos penetrar pelo silêncio e a calma de um lugar sagrado. Muitos homens
e mulheres ficariam surpreendidos ao descobrir que, com frequência, basta
parar e ficar em silêncio por algum tempo, para acalmar o espírito e
recuperar a lucidez e a paz.
Quanto precisamos, os homens e mulheres de hoje, encontrar
esse silêncio que nos ajude a entrar em contato com nós mesmos para
recuperar a nossa liberdade e resgatar de novo toda a nossa energia interior.
Acostumados ao barulho e à agitação, não
suspeitamos do bem-estar do silêncio e da solidão. Ávidos por notícias,
imagens e impressões, esquecemo-nos de que só nos alimenta e enriquece
verdadeiramente aquilo que somos capazes de ouvir no mais profundo do nosso
ser.
Fonte: IHU - Comentário do Evangelho
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