Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quinta-feira, 11 de abril de 2019

“Ante o Crucificado”. – Reflexão de José Antonio Pagola. Vale a pena ler!





Quando chegou a hora, Jesus e os seus apóstolos reclinaram-se à mesa. E lhes disse: “Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer. (Lc 22, 14-15)




Domingo de Ramos



Hoje trago para o blog Indagações-Zapytania uma boa reflexão, muito profunda, que tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 22,14-23,56  (As últimas palavras de Jesus durante Sua agonia).  É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.

O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Não deixe de ler!

WCejnóg







IHU – ADITAL

11 Abril 2019



Ante o Crucificado



A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 22,14-23,56 que corresponde ao Domingo de Ramos, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 



Eis o texto



Preso pelas forças de segurança do Templo, Jesus não tem mais dúvidas; o Pai não escutou seus desejos de continuar a viver; seus discípulos fogem procurando sua própria segurança. Está sozinho. Seus projetos desaparecem. Espera-O a execução.



O silêncio de Jesus durante Suas últimas horas é esmagador. Contudo, os evangelistas recolheram algumas das Suas palavras na cruz. São muito breves, mas às primeiras gerações cristãs ajudava-as a recordar com amor e gratidão o Jesus crucificado.



Lucas recolheu as palavras que diz quando está crucificado. Entre estremecimentos e gritos de dor, ele consegue pronunciar umas palavras que descobrem o que está no Seu coração: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Assim é Jesus. Pediu aos seus que “amem os vossos inimigos” e “rogai pelos vossos perseguidores”. Agora é ele quem morre perdoando. Converte Sua crucificação em perdão.



Esta petição ao Pai por aqueles que o crucificam deve ser ouvida como o gesto sublime que revela a misericórdia e o perdão insondável de Deus. Esta é a grande herança de Jesus à Humanidade: Nunca desconfieis de Deus. Sua misericórdia não tem fim.



Marcos recolhe um grito dramático do crucificado: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”. Estas palavras pronunciadas no meio da solidão e o mais total abandono são de uma sinceridade esmagadora. Jesus sente que Seu amado Pai O está abandonando. Por quê? Jesus se queixa do Seu silêncio. Onde está? Por que se cala?



Este grito de Jesus, identificado com todas as vítimas da história, pedindo a Deus alguma explicação de tanta injustiça, abandono e sofrimento, permanece nos lábios do Crucificado, reivindicando uma resposta de Deus para além da morte: Deus nosso, por que nos abandonas? Nunca vai responder aos gritos e gemidos dos inocentes?



Lucas recolhe uma última palavra de Jesus. Apesar da Sua angústia mortal, Jesus mantém até o fim a Sua confiança no Pai. As Suas palavras são agora quase um sussurro: “Pai, nas tuas mãos entrego Meu espírito”. Nada nem ninguém foi capaz de separá-lo Dele. O Pai tem animado com Seu Espírito toda Sua vida. Terminada Sua missão, Jesus deixa tudo em Suas mãos. O Pai quebrará Seu silêncio e O ressuscitará.



Esta semana santa, vamos celebrar nas nossas comunidades cristãs a paixão e a morte do Senhor. Podemos também meditar em silêncio ante Jesus crucificado, mergulhando nas palavras que ele mesmo pronunciou durante Sua agonia.





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