Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 6 de abril de 2019

“Todos necessitamos do perdão.” – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!



"Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: ‘Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra’. Inclinando-se novamente, escrevia na terra." (Jo, 6,7-8)

Abaixo, uma boa reflexão, bem concreta e muito atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 8, 1-11  (A mulher adúltera e questão da lei). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler!
WCejnóg


IHU – ADITAL
05 Abril 2019

Todos necessitamos do perdão

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Jo 8,1-11 que corresponde ao 5° Domingo de Quaresma, ciclo C, do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Segundo seu costume, Jesus passou a noite sozinho com seu amado Pai no Monte das Oliveiras. O novo dia começa, cheio do Espírito de Deus que o envia para “proclamar a libertação dos cativos... e dar liberdade aos oprimidos”. Rapidamente se verá rodeado por uma multidão que vai à esplanada do templo para ouvi-Lo.

De repente, um grupo de escribas e fariseus irrompe trazendo “uma mulher apanhada em adultério”. Não os preocupa o destino terrível da mulher. Ninguém a interroga sobre o que quer que seja. Já está condenada. Os acusadores deixam-no bem claro: “Na Lei de Moisés é ordenado que se apedrejem as adúlteras. E tu, que dizes?”.

A situação é dramática: os fariseus estão tensos, a mulher angustiada, as pessoas na expectativa. Jesus mantém um silêncio surpreendente. Tem diante de Si aquela mulher humilhada, condenada por todos. Em breve será executada. É esta a última palavra de Deus sobre esta sua filha?

Jesus, que está sentado, inclina-se para o chão e começa a escrever alguns traços na terra. Certamente procura luz. Os acusadores pedem-lhe uma resposta em nome da Lei. Ele lhes responderá a partir da sua experiência da misericórdia de Deus: aquela mulher e os seus acusadores, todos eles, necessitam do perdão de Deus.

Os acusadores somente pensam no pecado da mulher e na condenação da Lei. Jesus mudará a perspectiva. Colocará os acusadores ante o seu próprio pecado. Ante Deus, todos devem reconhecer-se pecadores. Todos necessitamos do seu perdão.

Como continuam a insistir cada vez mais, Jesus levanta-se e diz-lhes: “Aquele de vós que não tenha pecado, pode atirar a primeira pedra”. Quem sois vós para condenar aquela mulher à morte, esquecendo os vossos próprios pecados e a vossa necessidade do perdão e misericórdia de Deus?

Os acusadores vão-se retirando um após o outro. Jesus aponta para uma convivência em que a pena de morte não pode ser a última palavra sobre um ser humano. Mais tarde, Jesus dirá solenemente: “Eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo”.

O diálogo de Jesus com a mulher lança nova luz sobre a Sua atuação. Os acusadores retiraram-se, mas a mulher não se moveu. Parece que necessita ouvir uma última palavra de Jesus. Não se sente ainda liberada. Jesus diz-lhe: “Nem eu te condeno. Vai e, a partir de agora, não voltes a pecar”.

Oferece-lhe seu perdão e, ao mesmo tempo, convida-a a não voltar a pecar. O perdão de Deus não anula a responsabilidade, mas exige conversão. Jesus sabe que “Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva”.



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